A ECOLOGIA HUMANA DE ROBERT PARK E A EXPANSÃO DOS CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS FECHADOS NA CIDADE DE MOSSORÓ/RN
DOI:
https://doi.org/10.33237/2236-255X.2021.3163Palavras-chave:
Cidade, Regiões Morais, íreas Naturais, SegregaçãoResumo
A partir do surgimento das ciências sociais as problemáticas relacionadas as formas de moradia nas grandes cidades do século XIX tornaram-se destaque. Os relatos da obra de Friedrich Engels, "The Condition of Working Classes in England", de 1884, fez surgir novos pensamentos sobre a questão. No início do século XX, foram idealizadas maneiras de resolver os problemas evidenciados por Engels. Planejadores urbanos como Ebenezer Howard, Patrick Geddes, Georges-Eugène Haussmann e Le Corbusier destacaram-se na busca por soluções para a implantação de espaços habitacionais menos insalubres. Em contraponto, a forma de organização das moradias urbanas e os modos de vida na cidade não foram somente relacionados com questões urbanísticas. Robert Ezra Park desenvolveu teorias sobre os processos de interação entre indivíduos e comunidades na cidade. Com base nos conceitos de zonas morais e áreas naturais de Park e na atual realidade da expansão dos condomínios horizontais fechados na cidade de Mossoró, este estudo pretende identificar a possibilidade de utilização das concepções teóricas do autor para o entendimento do espraiamento desses empreendimentos na cidade. De caráter exploratório, este estudo possui como base de dados fontes bibliográficas. As concepções de Park, intrinsecamente, não possuem lastro suficiente para promoverem entendimentos sobre os fenômenos envolvidos nas determinações dos locais de moradias no ambiente urbano de Mossoró. O fenômeno do espraiamento dos condomínios horizontais fechados na cidade está mais relacionado as formas especulativas de negociação das terras urbanas do que com a escolha subjetivamente cultural.
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Referências
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