Revista Conhecimento Contábil

GERENCIAMENTO DE RESULTADO E IMPAIRMENT NAS EMPRESAS BRASILEIRAS DE CAPITAL ABERTO

Maria Auxiliadora de Oliveira Morais — 2024-07-12

A IAS 36, adotada no Brasil por meio do CPC 01 (R1), traz um cenário prático de
interpretações e julgamentos para os elaboradores das demonstrações contábeis. Nesse contexto, a
presente pesquisa tem por objetivo investigar a associação entre o gerenciamento de resultado e o
reconhecimento de impairment nas companhias brasileiras de capital aberto. Para alcançar este
objetivo foi empregada uma pesquisa quantitativa com 86 empresas brasileiras de capital aberto,
fazendo uso dos accruals discricionários como proxy para gerenciamento de resultados, para o qual
foram usados dois modelos: Jones Modificado (1995) e o modelo de (PAE, 2005). Em seguida, foram
estimadas as regressões com dados em painel desbalanceado com efeito fixo e com erros padrão
robustos à heterocedasticidade. Os resultados mostraram que o Indicador de Impairment (IDIMP)
apresentou significância estatística ao nível de 5%, para explicar o comportamento dos accruals
discricionários. Além disso, os coeficientes apresentaram sinal positivo, indicando que há uma
associação direta (positiva), portanto existem evidências de que o gerenciamento de resultado está
associado positivamente ao reconhecimento de impairment nas companhias brasileiras de capital
aberto.

BENEFÍCIOS E DIFICULDADES NA APLICAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS: Uma análise no curso de Ciências Contábeis antes e após a pandemia da COVID-19

Carlos Henrique de Oliveira — 2024-07-12

Esta pesquisa buscou analisar, os benefícios encontrados e as dificuldades enfrentadas na
aplicação de metodologias ativas no curso de Ciências Contábeis antes e após a pandemia da COVID19 sob a ótica discente. O estudo foi conduzido de forma descritiva e qualitativa, adotando a
abordagem de estudo de caso em duas turmas de Controladoria na Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte (UERN) nos semestres letivos 2019.1 e 2023.1. Os dados foram obtidos mediante
aplicação de questionários e a análise se deu por meio da técnica análise de conteúdo. Os resultados
revelaram benefícios significativos em ambas as fases. Antes da pandemia, evidenciaram-se
competências como pensamento crítico e trabalho em equipe, enquanto após, a ênfase recaiu sobre
curiosidade, motivação, e a valorização de aulas práticas. Dificuldades como aversão ao método e
estudo autônomo persistiram, acrescentando-se a questão da estrutura física no contexto póspandêmico. A recomendação unânime das metodologias ativas, sublinhando a proatividade e o
estímulo à pesquisa, refletiu uma percepção positiva. Auditoria destacou-se como a disciplina mais
recomendada, seguida por Contabilidade Avançada e de Custos. Academicamente, o estudo contribui
ao corroborar achados anteriores e identificar mudanças no perfil discente pós-pandemia. Em termos
práticos, sugere adaptações nas estratégias de ensino para atender às expectativas dos alunos e destaca a importância de metodologias inovadoras alinhadas às demandas contemporâneas do ambiente
educacional.

O IMPACTO DA DIVULGAÇÃO DE SANÇÕES ADMINISTRATIVAS AMBIENTAIS NO VALOR DAS EMPRESAS BRASILEIRAS

Flávio José de Melo — 2024-07-12

A publicidade dos resultados econômicos e financeiros, sejam positivos ou negativos, é um
mecanismo de contato direto entre a empresa e stakeholders. A divulgação de sanções por danos ao
meio ambiente tem chamado a atenção de comunidades de todo o mundo. Este estudo verifica a
relação negativa na divulgação de sanções administrativas ambientais em empresas dos setores
classificados nas atividades potencialmente poluidoras, por meio de estudo de evento. A amostra foi
composta por empresas listadas na B3, no período entre 2019 a 2021. A coleta de dados foi realizada
nos relatórios de sustentabilidade, relato integrado, formulários de referência, fatos relevantes, jornais
e mídias sociais. As cotações diárias dos títulos das empresas foram obtidas na Thomson Reuters®. Os
resultados demonstraram três retornos anormais negativos, após o rompimento da barragem de rejeitos
da Mina Córrego do Feijão, pertencentes à Vale S. A., no município de Brumadinho, e os reflexos no
valor das ações da empresa Vale. Constatou-se que em 83% dos casos os anúncios de sanções
ambientais não impactam diretamente o valor das ações das empresas. Verificou-se também que a
natureza do evento, como notícias sobre tragédias que provocam comoção popular, afetam o valor das
ações.

ANALISE DAS PESQUISAS SOBRE CAPITAL INTELECTUAL NA ÚLTIMA DÉCADA

Thaisa Renata dos Santos — 2024-07-12

este estudo objetivou verificar as características das publicações referente ao Capital
Intelectual e a Gestão do Conhecimento. Para isso foi utilizado como metodologia a análise
Bibliométrica por meio das pesquisas disponíveis no Google Acadêmico no período de 2008 a
2018 com uma amostra de vinte e sete artigos empíricos sobre o assunto. Os resultados
indicaram que o ano de 2016 é o ano que contemplou o maior número de publicações acerca
do estudo. Nesse sentido, a Instituição com predominância em partição na amostra é a
Universidade Federal de Santa Catarina e consequentemente a região do país em destaque nas
pesquisas é a região sul. Além disso, as pesquisas analisadas investigaram a relação da gestão
do conhecimento com a competitividade, ativos intangíveis e os recursos humanos presente
nas organizações. As pesquisas referentes ao Capital Intelectual e Gestão do Conhecimento
estão crescentes em âmbito nacional e também tendem a evidenciar a relação deste capital
intelectual com a forma de evidenciação dos recursos humanos, assim como torna-se
relevante a mensuração e evidenciação desse capital intelectual nos ativos intangíveis da
empresa, o que tende a permitir uma maior competitividade perante ao mercado. A aplicação
prática deste estudo é de que no Brasil as pesquisas indicam que o capital intelectual como
forma de gestão do conhecimento possui aplicabilidade e vantagens práticas de
competitividade se atrelado com a evidenciação de seus recursos humanos em seus
demonstrativos contábeis, especificamente nos ativos intangíveis.

PERCEPÇÃO DE GESTORES ACERCA DA GESTÃO DE RISCOS CORPORATIVOS E DA GESTÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO

Mara Vogt — 2024-07-12

Para analisar a percepção de gestores de pequenas e médias empresas sobre a
Gestão de Riscos Corporativos (GRC) e a gestão de indicadores de desempenho, realizou-se
uma pesquisa descritiva, por meio de estudo multicasos, sendo realizadas entrevistas com sete
gestores de pequenas e médias empresas da região Oeste de Santa Catarina, de diferentes
setores, especialmente os mais afetados pela pandemia de Covid-19 e, com abordagem
qualitativa. Para a análise dos dados utilizou-se a técnica de análise do conteúdo. Por meio
dos resultados percebeu-se que a maioria dos gestores não tem uma compreensão clara sobre
a GRC, com relação à identificação, resposta, avaliação, monitoramento, comunicação e
aplicação de tais riscos, mas entendem a sua relevância para a gestão e melhores resultados,
especialmente durante e após a pandemia. Já com relação à gestão de indicadores de
desempenho, foi possível perceber que os gestores utilizam e conhecem, mas destacaram que
o seu uso e acompanhamento passou a ser mais efetivo após a pandemia. Diante disso,
entende-se que os gestores sabem da relevância e necessidade da GRC e da gestão de
indicadores de desempenho para o sucesso dos seus negócios e afirmaram que depois da
pandemia acabaram dando mais atenção e utilizando mais.