A RURALIDADE NO MUNICÍPIO DE RIACHO DE SANTANA – RN

Autores

  • Kelly íkalla Aires de Almeida
  • Cí­cero Nilton Moreira da Silva

Palavras-chave:

Ruralidade. Riacho de Santana-RN. Territórios Rurais.

Resumo

Distinguir o rural do urbano tem sido cada vez mais complexo. Os elementos tidos como rurais e urbanos tem se mesclado, confundindo os limites desses espaços, principalmente após a chamada "urbanização do campo" e seus efeitos sobre a "ruralidade". Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo identificar como se caracteriza a ruralidade no municí­pio de Riacho de Santana – RN. Para tanto, considera-se a concentração populacional do campo, comprovada pelos dados estatí­sticos dos censos populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatí­stica – IBGE, e dados atualizados pela prefeitura do referente municí­pio. Dessa forma, o rural se subdivide em 15 distritos oficiais, com média de 3 pessoas por famí­lia, com destaque para os distritos de Poço de Pedras e Pau Darco que apresentam uma população superior a 300 habitantes. Primeiramente, obteve-se embasamento teórico referente ao conceito de "espaço" a partir de alguns autores, como Santos (1988, 2006) e Harvey (2006). A definição do "urbano" no IBGE (1999), e posteriormente a concepção de "território rural", de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA (2005). Outro elemento importante é o que se refere à relação entre o "Rural e o Urbano", considerada em Endlich (2006). Além disso, averigua-se o "Novo Rural Brasileiro", caracterizado por Alentejano (2000) e Silva (2004), e ainda o conceito de "Ruralidade" por Candiotto e Corrêa (2008), sem olvidar o contexto histórico do municí­pio tratado em Souza & Nunes (2010). Após o embasamento bibliográfico, acessamos ao banco de dados do IBGE e os dados atualizados da prefeitura, para uma análise e quantificação dos dados populacionais. O conceito de ruralidade vem desmistificar o fim do rural, já que pequenos municí­pios apresentam, em plena zona urbana, caracterí­sticas tipicamente de ruralidades, em atividades produtivas e socioculturais. Estes, bem como o municí­pio estudado, portanto, podem ser assim considerados como "municí­pios rurais".

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALENTEJANO, P. R. O que há de novo no rural brasileiro? Terra Livre. São Paulo, n.15, p.87-112, 2000.

BAGLI, P. Rural e urbano: harmonia e conflito na cadência da contradição. In: SPOSITO, M. Encarnação Beltrão. WHITACKER, A. M. (Orgs.). Cidade e campo: relações e contradições entre urbano e rural. 1ªed. São Paulo: Expressão Popular, 2006. p.81- 110

CANDIOTTO, L. Z. P.; CORRÊA, W. K. Ruralidades, urbanidades e a tecnicização do rural no contexto do debate cidade-campo. CAMPO-TERRITÓRIO: Revista de Geografia Agrária, Uberlândia, v.3, n.5, p.214-242, fev. 2008.

CLAVAL, P. A Geografia e a percepção do espaço. Revista Brasileira de Geografia. Rio de Janeiro, v.45, n.02, p.243-255, abr./jun. 1983.

CORRÊA, R. L. O espaço urbano. 4. ed. São Paulo: ítica, 2003.

ENDLICH, Â. M. Perspectivas sobre o rural e o urbano. In: SPOSITO, M. Encarnação Beltrão. WHITACKER, Arthur Magon. (org"™s) Cidade e campo: relações e contradições entre urbano e rural. 1ªed. São Paulo: Expressão Popular, 2006. p.11-32.

HARVEY, D. Space as a keyword. In: CASTREE, N. e GREGORY, D. (org.). David Harvey: a critical reader. Malden e Oxford: Blackwell, 2006.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatí­stica – IBGE. Anuário Estatí­stico do Brasil 1998. Rio de Janeiro: IBGE, 1999.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatí­stica – IBGE. Cidades. Disponí­vel em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/index.php>. Acesso em 21 jul. 2013.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatí­stica – IBGE. Censo Demográfico. Disponí­vel em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp?c=200&z=t&o=4&i=P>. Acesso em 20 jun. 2013.

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E MEIO AMBIENTE DO RN - IDEMA. Perfil dos Municí­pios do RN. 2008, Natal- RN. Disponí­vel em: <http://www.idema.rn.gov.br/contentproducao/aplicacao/idema/socio_economicos/arquivos/Perfil%202008/Riacho%20de%20Santana.pdf>. Acesso em: 09 mar. 2013.

LEFEBVRE, H. O direito í cidade. São Paulo: Documentos Ltda, 1969.133 p.

LEFEBVRE, H. de lo rural a lo urbano. 3. ed. Barcelona: Ediciones Pení­nsula, 1975.

LIMA, F. E. de S. FERREIRA, L. da S. Análise do programa bolsa famí­lia no contexto socioeconômico do municí­pio de Riacho de Santana-RN. Revista GEOtemas, Pau dos Ferros, v.1, n.2, p.35-51, jul./dez., 2011.

MARQUES, M. I. M. O conceito de espaço rural em questão. Terra Livre. São Paulo, v.18, n.19, p. 95-112, jul./dez. 2002.

MARX, K. A ideologia alemã. 6. ed. São Paulo: Hucitec, 1987.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRíRIO. Referências para uma Estratégia de Desenvolvimento Rural Sustentável no Brasil. Brasí­lia: MDA/SDT – CONDRAF, 2005.

MOREIRA, R. J.; GAVIRIA, M. R. Territorialidades, ruralidades e assimetrias de poder na Comunidade de Taquari. Estudos Sociedade e Agricultura, Rio de Janeiro, n.18, p.47-721, abril 2002.

NAVARRO, Z. Desenvolvimento rural no Brasil: os limites do passado e os caminhos do futuro. Estudos Avançados, São Paulo, v.16, n.44, 2002.

SANTOS, M. A Natureza do Espaço, Técnica e Tempo. Razão e Emoção. 4. Ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006. (Coleção Milton Santos; 1).

SANTOS, M. Da totalidade ao lugar. 1. Ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008. (Coleção Milton Santos; 7).

SANTOS, M. Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos teórico e metodológico da geografia. São Paulo: Hucitec, 1988.

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO/SECRETARIA EXTRAORDINíRIA PARA ASSUNTOS INSTITUCIONAIS/INSTITUTO INTERAMERICANO DE COOPERAÇíO PARA A AGRICULTURA. (2007) Plano de desenvolvimento sustentável da região do Alto Oeste. Pau dos Ferros: SEPLAN/SEAI/IICA.

SILVA, J. G. da. O novo rural brasileiro: novas atividades rurais. Brasí­lia: Embrapa Informação Tecnológica, 2004. v.6.

SILVA, C. N. M.; SILVA, J. B. O enfoque territorial de desenvolvimento do MDA: uma aproximação teórico-conceitual. In: XXI Encontro Nacional de Geografia Agrária - ENGA, 2012, Uberlândia. Anais... do XXI ENGA, 2012. v.1, p.1-10. SOUZA, Bruno Fernandes de. NUNES, Jéssica Laí­s Soares. Da aroeira í cidade: nos caminhos do rio Santana. Riacho de Santana – RN, 2010.

PEREIRA, J. J. de C. BEZERRA, J. A. Uma leitura sobre a agricultura familiar e práticas rurais nas comunidades de gameleira e poço da pedra, em Riacho de Santana-RN. Revista GEOtemas, Pau dos Ferros, v.1, n.2, p.19-34, jul./dez., 2011.

VEIGA, J. E. Cidades imaginárias: o Brasil é menos urbano do que se calcula. Campinas: Autores. Associados, 2002.

WANDERLEY, M. de N. B. A ruralidade no Brasil moderno. Por um pacto social pelo desenvolvimento rural. In: ¿Una nueva ruralidad en América Latina?. Buenos Aires: CLACSO, 2001. p.31-44

WHITACKER, A. M. Cidade Imaginada. Cidade Concebida. In: SPOSITO, M. Encarnação Beltrão.

WHITACKER, A. M. (org"™s) Cidade e Campo: relações e contradições entre urbano e rural. São Paulo: Expressão Popular, 2006. p.131-15.

Downloads

Publicado

30-06-2015

Como Citar

ALMEIDA, K. íkalla A. de .; SILVA, C. N. M. da . A RURALIDADE NO MUNICÍPIO DE RIACHO DE SANTANA – RN. Revista Geotemas, Pau dos Ferros, v. 5, n. 1, p. 19–33, 2015. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/GEOTemas/article/view/825. Acesso em: 29 jun. 2024.

Edição

Seção

Artigos