UM OLHAR SOBRE DOIS OLHARES

Perspectivas de Vilém Flusser e Susan Sontag acerca da imagem e do ato de registrá-la

Resumo

este artigo norteia-se em discussões teóricas de dois autores – Vilém
Flusser e Susan Sontag – que elaboram, individualmente, definições acerca da
imagem e do ato de fotografar nos livros: Filosofia da Caixa Preta: ensaios para
uma futura filosofia da fotografia e Sobre Fotografia, respectivamente. Nessas
obras, ambos os autores estudam aspectos que abrangem tais elementos, sugerindo
conceitos envolvidos e envolventes no gesto fotográfico e na fotografia gerada por
tal ato. Aborda-se como o ato de fotografar está interligado com a imagem,
produzindo realidades estáticas em uma superfí­cie plana. O procedimento
metodológico foi a pesquisa bibliográfica, tentando abordar os pensamentos de
maneira concatenada, assim como almejando manter uma comparação entre as
conceituações geradas por ambos os autores. Ao criticar vários elementos que estão
relacionados com a fotografia em si, Flusser aborda a imagem como algo a ser
decifrado, enquanto Sontag a visualiza como um objeto que amplia olhares. Em
relação ao ato de fotografar, o filósofo crê que é um gesto de caça, inserido em um
campo cultural denso a ser explorado pelo fotógrafo. A escritora sugere algo
parecido, sublinhando que o ato fotográfico necessita de um caçador – o fotógrafo
- e de uma arma – o aparelho fotográfico - para alcançar o seu objetivo primário,
que é capturar realidades sem assustá-las, para inseri-las no mundo perene das
imagens. Desse modo, o trabalho pretende encontrar um novo olhar ao vislumbrar
as perspectivas dos autores sobre a imagem e o ato de fotografar.