NEUROCIÊNCIA E LIVRE-ARBÍTRIO
Palavras-chave:
Ciências Biológicas, Ciências Sociais, Livre Arbítrio, Neurociência, Phineas GageResumo
no início da década de 1990 a neurociência surge como um ramo da
biologia, mas ao mesmo tempo desencadeia novas pesquisas em diferentes áreas
do conhecimento que vão desde a filosofia ao marketing comercial, possibilitando
o contato de áreas distintas. O mapeamento do cérebro e recentes descobertas
como, por exemplo, a dos neurônios-espelho, vêm produzindo resultados e
robustecendo estudos anteriores da sociologia, apontando as ciências biológicas
para uma nova postura frente í s ciências sociais, a saber, colaborativa. Além disso,
de modo intempestivo, os resultados da neurociência, empíricos e proporcionados
por modernas tecnologias, produzem fortes implicações sobre a concepção de livre
arbítrio humano, sugerido que esta experiência subjetiva da liberdade não é mais
do que uma ilusão, reduzindo os comportamentos sociais a meros processos
mentais inconscientes e resultantes apenas de química e eletricidade. Essa
discussão nos remete a casos empíricos onde lesões cerebrais alteraram o
comportamento de pessoas sem que tal mudança fosse deliberada conscientemente,
sugestionando a ausência de arbitrariedade. Esses temas são discutidos através de
referências significativas da Neurociência, Filosofia e Sociologia, além da análise
do conhecido caso de mudança de personalidade, após ser atingido por um projétil
de ferro que atravessou o topo de sua cabeça, do operário americano Phineas Gage,
indicando que o modo de agir de um ente humano não tem implicação causal e
consciente, ou seja, que resulta apenas da interação entre química e eletricidade
cerebral.