USO DE ESPÉCIES VEGETAIS NO TRATAMENTO E CURA DE DOENÇAS PELOS INDÍGENAS TENHARIM NA AMAZÔNIA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33237/2236-255X.2021.3264

Palavras-chave:

Etnobotânica, Comunidades tradicionais, Indí­genas da Amazônia

Resumo

Neste estudo de etnobotânica realizado em território indí­gena Tenharim, localizado no interior do estado do Amazonas, Brasil, constatou-se, através de entrevistas, a utilização de mais de 300 espécies vegetais, sendo a maioria de ocorrência natural do bioma Amazônia e outras introduzidas para diversas finalidades, como medicinal, alimento, artesanato, lenha, utensí­lios e construções em geral. Entre esta grande diversidade vegetal, 104 espécies são utilizadas na medicina profilática e curativa destes indí­genas. O objetivo deste estudo foi realizar um levantamento do conhecimento que os tenharim possuem sobre a vegetação existente no seu território. O conhecimento das plantas e a relação do homem com a natureza não são passados e nem aprendidos de maneira sistemática e formal entre estes indí­genas e são poucos os detentores destes conhecimentos. A grande variedade de espécies vegetais registradas demonstrou que o uso das plantas é bem abrangente e muito importante na sobrevivência cultural e ecológica dos tenharim.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fabio Rossano Dario, Ploaia Agronomia, Ecologia e Meio Ambiente

Engenheiro Florestal e Mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo, com tese sobre Ecologia de Ecossistema Florestal usando a avifauna como bioindicador em ambientes da Mata Atlântica. Fez Extensão Universitária na Universití  di Pisa, Itália, em projeto cientí­fico com Biovalorização de Resí­duos Orgânicos coordenado pelo Institut National Polytechnique de Toulouse, França (ALFA Program, European Commission). Recebeu o tí­tulo de Philosophiae Doctor (PhD) em Agricultura e Ambiente, com ênfase em Ecofisiologia de Plantas Arbóreas pela Scuola Superiore di Studi Universitari e di Perfezionamento SantAnna di Pisa, Itália, em 2006, tí­tulo reconhecido pela Universidade de São Paulo como Doutor em Agronomia, área de Fitotecnia. Publicou 46 artigos em jornais e periódicos especializados, 57 trabalhos em anais de eventos e três eBook. Possui 1 software e outros 674 itens de produção técnica, assessoria e consultoria. Participou de 32 eventos no exterior e 66 no Brasil. Recebeu 4 prêmios como pesquisador. Participou de 12 projetos de pesquisa em meio ambiente. Atua na área de Ecologia, com ênfase em Etnobiologia e Conservação da Natureza, realizando pesquisas e executando trabalhos técnicos para licenciamento ambiental com caracterização da vegetação e diagnóstico da fauna silvestre em Estudo de Componente Indí­gena (ECI), Estudos de Impacto Ambiental (EIA), Relatório de Controle Ambiental (RCA), Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) e Avaliação Ambiental e Social (Environmental and Social Due Diligence). Em suas atividades profissionais interagiu com 56 colaboradores em coautorias de trabalhos cientí­ficos.

Marcos Paulo Sandrini, Lumina Consultoria Ambiental Ltda ME

Possui graduação em Abi - Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo(2006). Atualmente é Diretor da Lumina Consultoria Ambiental Ltda ME. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia Aplicada.

Referências

APG III. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 161, n. 2, p. 105-121. 2009.

ALCORN, J. The scope and aims of ethnobotany in a developing world. In: SCHULTES, R.E.; REIS, S. (ed.). Ethnobotany: evolution of a discipline. Portland: Dioscorides Press, p. 23-39, 1995.

AMOROZO, M. C. M. A abordagem etnobotânica na pesquisa de plantas medicinais. In: DI STASI, L. C. (org.). Plantas medicinais: Arte e Ciência, Um guia de estudo interdisciplinar. São Paulo: EDUSP, p. 47-68, 1996.

BETTS, V. Kagwahiva Dictionary. Anápolis: Associação Internacional de Linguí­stica, 2012. 223 p.

CLAVAL, P. As Abordagens da Geografia Cultural. In: CASTRO, E. I.; GOMES, P. C. C.; CORRÊA, R. L. (org.). Explorações Geográficas - percursos no fim do século. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, p. 89-117, 1997.

DIEGUES, A. C.; ARRUDA, R. S. V.; SILVA, V. C. F.; FIGOLS, F. A. B.; ANDRADE, D. Os saberes tradicionais e a biodiversidade no Brasil. São Paulo: MMA/COBIO/NUPAUB/USP. 2000. 211 p.

ESCOBAR, A. L.; COIMBRA JR., C. E. A; CAMACHO, L. A.; PORTELA, M. C. Tuberculose em populações indí­genas de Rondônia, Amazônia, Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, p. 285-298, 2001.

FLORA BRASILIENSIS. 2015. http://florabrasiliensis.cria.org.br/project.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatí­stica. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. 271 p.

ISA. Instituto Socioambiental. Terras Indí­genas no Brasil. Versão março/2018. Disponí­vel em: https://www.socioambiental.org/pt-br

LÉVÊQUE, C. La biodiversité. Paris: Presses Universitaires de France, 1997. 128 p.

LÉVI-STRAUSS, C. As organizações dualistas existem? In: Antropologia estrutural. São Paulo: Cosac Naify, p. 147-178, 2008.

MENÉNDEZ, M. A. Os Kawahiwa: uma contribuição para o estudo dos tupi centrais. 1989. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, São Paulo. 1989.

MINAYO, M. C.; SANCHES, O. Quantitativo-qualitativo: oposição ou complementaridade? Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 3, n. 9, p. 239-262, 1993.

MINNIS, P. E. Ethnobotany. Norman: University of Oklahoma Press, 2000. 327 p.

PEGGION, E. A. Ritual e vida cotidiana no sul do Amazonas: os Tenharim do rio Marmelos. Perspectivas, São Paulo, v. 29, p. 149-168, 2006.

SALVI, R. M.; HEUSER, E. D. Interações medicamentos x fitoterápicos: em busca de uma prescrição racional. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008. 116 p.

SILVA, R. A. Os tenharim: a pessoa, o corpo e a festa. 2006. 173 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras, Araraquara. 2006.

VELOSO, H. P. Sistema fitogeográfico. In: Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatí­stica, p. 9-38. 1992.

VIERTLER, R. B. Métodos Antropológicos como ferramenta para estudos em etnobiologia e etnoecologia. In: AMOROZO, M. C. M.; MING, L. C.; SILVA, S. M. P. (org.). Métodos de coleta e análise de dados em etnobiologia, etnoecologia e disciplinas correlatas. Rio Claro: Universidade Estadual Paulista, p. 12-29, 2002.

Publicado

04-11-2021

Como Citar

DARIO, F. R.; SANDRINI, M. P. USO DE ESPÉCIES VEGETAIS NO TRATAMENTO E CURA DE DOENÇAS PELOS INDÍGENAS TENHARIM NA AMAZÔNIA. Revista Geotemas, Pau dos Ferros, v. 11, p. e02114, 2021. DOI: 10.33237/2236-255X.2021.3264. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/GEOTemas/article/view/3264. Acesso em: 24 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos