DIÁLOGOS ENTRE A CORPOREIDADE E A EDUCAÇÃO FÍSICA: PERCEPÇÕES DO CORPO DE ESCOLARES
Palavras-chave:
Corporeidade, Educação Física, EscolarResumo
Os estudos realizados sobre o corpo têm detectado diferentes formas de compreendê-lo, dentre as quais se percebe aquelas compreensões pautadas numa visão dicotômica e que, na contemporaneidade, tem sido problematizada por estudiosos de diferentes áreas. Dessas discussões um aspecto que parece ser unanimidade é que a visão dual de corpo ainda está presente, em maior ou menor grau, no imaginário e se materializando nos diferentes contextos e espaços sociais. Dos diversos espaços, pensamos a escola, local onde se desenvolvem práticas educativas que visam a formação dos alunos enquanto sujeitos do processo ensino aprendizagem e que deve ou deveria possibilitar uma compreensão da totalidade humana, enquanto ser uno e indivisível. Considerando essa especificidade nos indagamos se a escola estaria atuando de forma efetiva nesse processo formativo. Para responder esse questionamento realizamos este estudo que tem como objetivo analisar as percepções dos escolares do Ensino Fundamental da cidade de Pau dos Ferros quanto à compreensão de corpo. Para atingir o objetivo proposto foi realizada uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa e, utilizando para análise dos dados, o método fenomenológico, uma vez que discutiremos e proporemos novas formas de perceber o corpo enquanto expressão viva do sujeito, de forma integral e não fragmentada. A população foi composta por escolares do ensino fundamental da rede Estadual da cidade de Pau doa Ferros-RN. A amostra foi constituída por oito escolares na faixa etária de 12 à 14 anos. Os resultados apontaram uma percepção de corpo dos alunos pautada em uma visão de corpo dualista, na qual os mesmos apresentaram um discurso baseado numa fragmentação de corpo e mente. Nessa perspectiva, o corpo é visto numa ótica cartesiana, em que o mesmo é percebido de forma inferior a consciência, reduzindo-se a um "corpo máquina", tal como concebe a fisiologia mecanicista, que reduz a ação ao esquema estímulo-resposta.