ESCOLA: DISCUTINDO O "ÓBVIO"
Palavras-chave:
Escola, Luta de Classes, Reprodução da cultura hegemônicaResumo
O presente trabalho emergiu da reflexão que se estabeleceu na disciplina Estágio
Supervisionado I, componente curricular obrigatório do Curso de Educação Física, do
Campus Avançado Profª "Maria Elisa de Albuquerque Maia", da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte. Nessa, a escola foi posta em evidência, o que fez se mostrar em suas
peculiaridades, desde um entendimento naturalizado das percepções relativas a essa
instituição de ensino, até as possibilidades de desenvolver ações que participem efetivamente
da formação de um sujeito ativo para o mundo, bem como o ser alienado em suas formas de
ser e agir. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, onde para a realização da mesma,
pesquisamos artigos no banco de dados da Scielo utilizando as palavras na ordem a seguir:
Escola, Classes sociais. Desta, foram encontrados 21 artigos, porém, apenas 2 foram
selecionados por tratar o tema em que nos propusemos a discutir, quais foram: O texto, de
Saavedra, (2015), intitulado Inteligência como dispositivo de poder; e o texto Desigualdade
social e sistema educacional brasileiro: a urgência da educação emancipadora, de autoria de
Guzzo e Euzébios Filho (2005), visto que esses tratavam da reprodução dos capitais culturais
dos grupos hegemônicos. Além desses, as nossas discussões entrelaçaram-se nas obras de
Bourdieu (2003), A escola conservadora, Freire (1987), Pedagogia do oprimido, Nietzsche
(2007), Sobre a verdade e a mentira no sentido extra moral, nos artigos de Catani (2012) A
escola como ela é, Nogueira e Nogueira, A sociologia de Pierre Bourdieu: limites e
contribuições (2002) e, Um Arbitrário Cultural Dominante (2012), bem como outras
produções que puderam fazer efervescer nossas reflexões à cerca da escola. É necessário
ratificar que não pretendemos dizer que a escola assumiria, tão somente, a função de
reprodutora das estruturas sociais vigentes, principalmente aquelas pautas nas elites
dominantes, todavia nos ativemos de modo intencional, a descortinar a percepção de que a
escola seria, simplesmente por existir, a redentora dos problemas sociais. Se considerar que as
compreensões sobre a escola e a vida não podem ser considerados como naturais.
Provavelmente por um efeito cultural continuamos tomando o sistema escolar como um fator
de mobilidade social, segundo a ideologia de uma espécie de "escola libertadora", no sentido
de que, a imersão na escola seria o suficiente para nossa assunção enquanto sujeitos.
Esquecemo-nos ou ficamos apercebidos do outro lado que a escola pode assumir, como um
espaço de conservação social, e da legitimação da classe dominante, pois fornece a aparência
de legitimidade í s desigualdades sociais, e sanciona a herança cultural e o dom social tratado
como dom natural.