"TRAVESTI NíO É BAGUNÇA": REFLEXÕES ETNOGRÁFICAS DA PERFORMANCE IDENTITÁRIA DAS TRAVESTIS NO CONTEXTO URBANO MOSSOROENSE
Palavras-chave:
Travestis, Performance identitária, Etnografia, Contexto urbanoResumo
A partir de uma pesquisa de campo etnográfica com quatro
travestis entre julho de 2015 e setembro de 2017, busco compreender como
se dá a performatização identitária dessas sujeitas no contexto urbano
mossoroense. As interpretações partiram de cinco eixos: a politização da
identidade ao buscar ressignificar o termo "travesti"; a influência do pajubá
na produção de uma identidade linguística; a feminilidade construída e
reivindicada sistematicamente na manipulação corporal; a diferenciação de
orientação sexual e identidade de gênero na afirmação da identidade
travesti frente à alteridade. Tais elementos expressam-se
contingencialmente em trajetórias de vida que se elaboram de formas
estratégicas. Não são partes de um todo funcional-estrutural, e sim
mecanismos acionados e até renegados taticamente a partir de cotidianos
conflituosos.