A MULHER INDÍGENA COMO SÍMBOLO DE RESISTÊNCIA NO RIO GRANDE DO NORTE: GÊNERO E TRABALHO NA COMUNIDADE MENDONÇA DO AMARELíO
Palavras-chave:
mulher indígena, Mendonça do Amarelão, direitos, etnografiaResumo
O presente trabalho busca analisar a importância da
representatividade feminina na comunidade indígena dos Mendonça do
Amarelão, comunidade esta que se localiza na cidade de João Câmara, no
interior estado do Rio Grande do Norte. Seu histórico de conquistas está
sempre associado à luta feminina em prol de seus direitos e os da
comunidade. Consideramos relevante destacar o fato de que as maiores
lideranças da comunidade são representadas por mulheres. Para esta
pesquisa, utilizamos a História Oral como principal metodologia a ser
aplicada. No entanto, apesar de entendermos não ser necessário trazer na
íntegra e referenciar os relatos orais das mulheres interlocutoras, é
necessário analisar seus posicionamentos, tornando a análise de suas falas
recorrente no desenrolar do texto. O mesmo conceito aplica-se para a
compreensão do processo de (re)construção da identidade indígena na
comunidade do Amarelão. Assim, serão problematizadas percepções que
foram encontradas em entrevistas recentes, de forma indireta, de mulheres
que trabalham no grupo de artesanato indígena nomeado como Motyrum
Caaçu. Esse grupo de artesanato foi criado com o objetivo de manter a
cultura indígena presente na comunidade, e para tal finalidade, o artesanato
consiste em um elemento significativo, uma vez que produz a materialidade
da identificação da memória. Além disso, a produção do artesanato pode ser
considerada como algo essencial no que diz respeito à expressão da cultura.