POVOS DE MATRIZ AFRICANA E COMUNIDADES TRADICIONAIS

RESISTÊNCIA NO TERREIRO DA CASA GRANDE AO TERREIRO DE UMBANDA

Resumo

O presente artigo tem como intuito demonstrar o processo de construção de identidade e resistência do povo de matriz afro no terreiro da casa grande bem como os griôs e filhos nos terreiros de umbanda. Num país onde o povo negro chega na condição de ser escravizado pelo branco europeu colonizador torna-se difícil porém importante travar-se lutas para não ver perdida ou esquecida suas raízes, sua cultura. Para tanto os terreiros da casa grande palco de eventos grotescos de castigos e mortes torna-se também local destinado ao culto do sagrado e resistência por muitos anos. O negro tem papel importante na construção da história sóciopolítica e econômica desse país. E ele encontra na sua religiosidade um espaço para resistir; guardiãs e detentores de saberes ancestrais, manter sua cultura viva torna-se um meio de vida. Os terreiros de Umbanda também são espaços de resistência, de luta, mesmo sendo a Umbanda uma religião jovem e genuinamente brasileira, tem suas raízes afro, como o culto aos orixás e a luta por melhorias. Para tanto, faz-se necessário estarmos considerando o pensamento de alguns autores, como: Petit (2009, 2012 e 2015), Janaina (2010), Machado (2019), Bâ Hampaté A (1978). Este trabalho discute a necessidade de levar em consideração a importância da história de vida e luta das comunidades tradicionais de terreiros como continuidade de luta para manter viva a história de protagonistas marginalizados na nossa história pelo olhar eurocentralizado do branco nos chegando como cultura menor ou menos importante. Com base nas pesquisas bibliográficas fica evidente que apesar dos avanços nas políticas públicas, dos espaços de fala conquistados, ainda há enraizado o preconceito étnico-racial e religioso e consequentemente a falta de respeito por essas comunidades que detém tão importantes conhecimentos.