RESC Revista de Estudos SocioCulturais v. 2, n. 4, julho - dezembro de 2022 Art4

VEREADORAS DE MOSSORÓ: UM COMPARATIVO ENTRE AS ELEIÇÕES DE 2016 E 2020

Resumo

Este artigo recupera debate sobre a representação política de mulheres no município de Mossoró/RN que disputaram a eleição de 2016 e 2020 para os cargos de vereadoras e realiza um comparativo das candidaturas nos referidos anos, observando a obrigatoriedade e cumprimento das cotas pelos partidos e a efetividade destas candidaturas. Parte-se da hipótese de que a sub-representação se apresenta de maneira contumaz nas candidaturas femininas (ALZIRAS, 2018; CARVALHO & YASUDA, 2017), porquanto, quando avaliamos a baixa participação de mulheres em cargos políticos, estamos olhando para uma história de marginalização e exclusão dos grupos de influência política (YOUNG, 2006). A desigualdade persiste, porque ainda é muito difícil promover estratégias eficazes que garantam que estas mulheres possam dedicar-se às suas carreiras e a demandas familiares; e porque também é muito difícil modificar a própria estrutura que se solidificou no país no que se refere às disputas eleitorais (MIGUEL, 2014). Para a realização do estudo, recortou-se bibliograficamente na literatura artigos científicos e estudos que tratem da temática no Brasil. Realizou-se levantamento de dados através do site oficial do TSE que registra as candidaturas a vereadoras das mulheres na eleição de 2016 e 2020. Tabulou-se os dados em planilha Excel traçando comparativos para compreender se houve mudanças e efetividade de uma eleição para outra, observando também se há maior percentil de candidatas eleitas, se os partidos cumpriram as cotas e quais deles fizeram os repasses as candidatas. Os dados apontam que, no ano de 2016, a cidade de Mossoró consolidou 5 cadeiras na Câmara Municipal, dentre os mais de vinte lugares, para mulheres; e em 2020, esse número caiu para 3, reforçando a sub-representação. Estudos como este remam na direção da inserção, participação e transformação política.