LABORATÓRIO ITINERANTE DO AEDES: UMA FERRAMENTA EDUCACIONAL NO CONTROLE VETORIAL NO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ-RN?
Palavras-chave:
Controle de vetores, Educação em saúde, Extensão universitáriaResumo
Nas últimas décadas o Brasil tem enfrentado numerosas e crescentes epidemias das arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. A proliferação do inseto é favorecida pela urbanização e elevação da densidade populacional humana. Como parte dos criadouros são encontrados nos domicílios, a participação popular é considerada fundamental na identificação, eliminação e prevenção dos focos e campanhas de ações educativas são um dos pilares do controle vetorial no Brasil. Nesse contexto, o presente trabalho visa analisar o impacto de uma ação de extensão realizada no período de 2016 a 2019 em oito escolas do município de Mossoró direcionada aos estudantes do Ensino Fundamental Anos Finais (Sexto ao Nono ano). A coleta de dados foi realizada por meio de questionários aplicados antes e após a ação, que permitiram a comparação dos acertos utilizando o teste Qui-quadrado. Questionários de avaliação da ação também foram aplicados junto aos estudantes participantes e extensionistas. Verificou-se que um quantitativo significativo dos estudantes participantes tinha conhecimento prévio satisfatório sobre a importância do Aedes, enfermidades transmitidas e aspectos de seu controle, condizente com a realização de atividades sobre o tema em todas as escolas participantes, conforme o planejamento pedagógico municipal. Todavia a participação na ação incrementou o conhecimento sobre diversos aspectos do ciclo biológico, tais como reconhecimento dos adultos e das formas jovens, papel das fêmeas na transmissão, entre outros, e incentivou a busca por focos e a disseminação de informações no ambiente familiar. Todavia, após algumas semanas o quantitativo de estudantes que afirmaram a manutenção na busca por focos reduziu consideravelmente. Os estudantes participantes avaliaram a ação como satisfatória, em especial pela utilização de microscópios e dos insetos. Os estudantes extensionistas afirmaram que a participação na atividade contribui na sua formação pelo contato com a comunidade e com novas metodologias. Os resultados indicam a importância da educação continuada, da utilização de metodologias variadas e do tripé ensino-pesquisa e extensão universitária.
