A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DE FILOSOFIA E A CENTRALIDADE DA CATEGORIA COMPETÊNCIAS NA RESOLUÇÃO CNE/CP 02/2019
DOI:
https://doi.org/10.21920/recei72023931636652Palavras-chave:
Formação de professores, Professor de Filosofia, Educação Profissional, Materialismo Histórico-dialéticoResumo
Este artigo analisa as implicações da centralidade da categoria competências na, presentes nas Diretrizes Nacionais para a Formação de Professores (Resolução CNE/CP n. 02/2019) para a formação de professores de Filosofia. Inicialmente, contextualiza-se o surgimento dessas diretrizes no cenário político-econômico pós-golpe de 2016, destacando a busca por alinhamento com os interesses do mercado neoliberal. O texto discute como a centralidade das competências nessas diretrizes contribui para a precarização da formação inicial de professores. Em contraposição, defende a necessidade de uma formação para professores de Filosofia que se baseie em conhecimentos críticos, capacitando-os para compreender os saberes específicos da Filosofia e as interações entre sociedade, trabalho e educação. Conclui-se que as diretrizes da Resolução CNE/CP n. 02/2019 não proporcionam um modelo de formação adequado para professores de Filosofia comprometidos com a transformação da realidade educacional e dos sujeitos nela envolvidos.
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