DESIGUALDADES TERRITORIAIS E FORMAÇÃO DOCENTE
desafios para o ensino crítico de Geografia
DOI:
https://doi.org/10.21920/recei.v11i37.7068Palavras-chave:
Formação docente, Ensino de Geografia, Desigualdades educacionais e territoriaisResumo
Este artigo apresenta um estudo exploratório sobre as condições estruturais do ensino crítico de Geografia na educação básica brasileira, com base em dados do Censo Escolar 2023 (INEP). Fundamentado na Geografia crítica e na pedagogia freireana, adota-se análise quantitativa descritiva de variáveis como formação docente, infraestrutura escolar e desempenho educacional. Apenas 54% dos professores possuem formação específica na área, com fortes desigualdades regionais: Sudeste (62%) e Sul (61%) registram os melhores percentuais, enquanto Norte (43%) e Nordeste (49%) apresentam os mais baixos. A infraestrutura é igualmente desigual: apenas 12% das escolas dispõem de laboratório de Geografia. Embora se identifiquem indícios de relação entre formação e desempenho (IDEB), evitam-se inferências causais. O estudo atualiza o diagnóstico sobre desigualdades educacionais e territoriais e propõe agendas futuras para explorar práticas docentes em contextos adversos, políticas regionais diferenciadas e alternativas pedagógicas críticas.
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