Subjetivação e dobras de fora: transitando por Foucault, de Gilles Deleuze
Palavras-chave:
Sujetividade, Mecanismos disciplinares, Tecnologias do self, Dobra, SujeitoResumo
O presente escrito objetiva discutir sucintamente o conceito de "dobras de fora", problematização foucaultiana que auferiu formato singular na obra de Gilles Deleuze durante a década de 1980. A representação dessa dobra em Deleuze foi construída a partir das obras dedicadas ao próprio Foucault (1986) e a Leibniz – Le Pli: Leibniz et le barroque (1988) – e indica, no âmago de sua complexidade semântica, uma vergadura, flexão do lado de fora (poder) para a constituição de "uma relação da força consigo, um poder de se afetar a si mesmo, um afeto de si por si", conforme palavras de Deleuze. O conceito de dobra, embora seja um instrumento teórico bastante enérgico para se compreender a realidade subjetiva hoje, é ainda pouco notório. Destarte, faz-se aqui o exercício de apresentá-lo. Tratar-se-á, conforme expressão de Suely Rolnik, de uma "insólita viagem à subjetividade", itinerário cercado pela "indissociabilidade inconciliável entre o fora e o dentro". Pretende-se aqui, desse modo, atingir a aturada tarefa de comentar tal úbere projeto teórico-filosófico.
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Referências
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