Formulação de um Nietzsche montaigniano
Palavras-chave:
Tradição filosófica, Filosofia francesa, Estilo, Montaigne, NietzscheResumo
Eis o nosso ponto de partida: ao reivindicar e ser fiel à tradição francesa em filosofia, Nietzsche se torna, por conseguinte, um herdeiro direto do autor dos Ensaios, Montaigne. Para defender essa proposta de leitura avaliamos, num primeiro momento, a concepção de tradição francesa em filosofia. Em seguida, à luz de excertos das obras dos dois pensadores, articulamos diálogos a partir de cada ponto característico dessa mesma tradição. Assim, por exemplo, sobre a questão da clareza na escrita filosófica, Montaigne despreza o obscurantismo e o apelo à dificuldade, ao passo que Nietzsche diz que ser claro é uma exigência moral de quem se sabe profundo. Igualmente a recusa dos sistemas, as potencialidades éticas do subjetivismo, o pragmatismo existencial decorrente do pensamento que afirma o eu e os aspectos literários de suas obras são fortes pontos de convergências entre os dois filósofos. Em suma, nosso trabalho objetiva filiar intelectualmente Nietzsche a Montaigne.
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