A “mentira sagrada” em "O anticristo":
a controversa abordagem do código de Manu na filosofia nietzschiana
DOI:
https://doi.org/10.25244/tf.v14i2.3477Palavras-chave:
Mentira sagrada. Moral do cultivo. Moral da domesticação. Hierarquia. Mentira livre.Resumo
A moral indiana presente no Código de Manu, para Nietzsche, moral do cultivo, é contrária à moral cristã da domesticação. Ambas são baseadas e se sustentam através do que Nietzsche denomina como mentiras sagradas. Em O anticristo, principalmente nas seções 56-58, Nietzsche faz parecer que considera as sociedades de castas indianas um modelo de sociedade sadia e justa, pois considera que nelas há uma hierarquia que privilegia os mais fortes. No entanto, quando analisamos outras partes dessa e de outras obras, podemos dizer que a questão do Código de Manu e sua mentira sagrada não são simplesmente o que está posto naquelas seções da obra acima citada. Um dos motivos que leva Nietzsche a elogiar tanto Manu, nessas seções de O anticristo, é que ele busca se contrapor ao cristianismo, utilizando uma espécie de retórica, usando outros tipos de moral como referência para realizar sua crítica à moral cristã. Assim, pois, se coloca o objetivo deste artigo, no sentido de investigar por que Nietzsche elogia o Código de Manu, em O anticristo, nas seções 56-58, e, ao mesmo tempo, critica essa moral do cultivo na maior parte de sua obra. A [...]?
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Referências
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