Nietzsche e Sartre:
a má-fé como performance da vontade ascética
DOI:
https://doi.org/10.25244/tf.v14i2.3482Palavras-chave:
Nietzsche; Sacerdote; Vontade ascética; Má-fé; Sartre.Resumo
Sob a luz do método genealógico, o presente artigo busca estabelecer uma articulação entre a má-fé e a vontade ascética. Esta é visualizada através da figura do sacerdote que é tematizada na terceira dissertação da Genealogia da moral. Para além de representar o velho personagem da religião, o sacerdote é a encarnação da vontade ascética que almeja ser de outro modo. Consideramos como hipótese que essa também é a vontade que se realiza na prática da má-fé. Portanto, esta conduta é caracterizada como uma negação, uma fuga do que se é; ela nega a condição de ser que carrega em si, o nada, em vista de uma transcendência. Para abordar essa temática, delimitaremos nossa leitura a partir da terceira dissertação da obra Genealogia da moral e do segundo capítulo, da primeira parte de O ser e o nada, mas sem nos confinar a esses textos. Apresentaremos primeiramente em que consiste o procedimento genealógico; em seguida, será tratada a vontade ascética que é incorporada pela figura do sacerdote; e, por fim, explicitaremos a má-fé como uma performance da vontade ascética.
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