Maternidade e paternidade em Hedda Gabler:
uma análise da peça de Ibsen através da filosofia de Rancière
DOI:
https://doi.org/10.25244/tf.v15i1.3527Palavras-chave:
Hedda Gabler. Rancière. Ibsen.Resumo
O presente artigo tem como objetivo propor uma leitura de Hedda Gabler, peça de Henrik Ibsen, a partir da filosofia de Jacques Rancière. Para isso, consolida-se mediante o adensamento reflexivo em três pontos principais de sua filosofia: o caráter ausente da paternidade da letra órfã, a tirania da intriga como uma questão familiar e o teatro dos pensamentos. Depois, a reflexão parte para aspectos da peça relacionados à masculinidade, à paternidade, à maternidade e ao terceiro silêncio de Hedda, analisado por Toril Moi. Pretende-se, por fim, enredar as dimensões da obra e da filosofia de Rancière, de modo que seja possível concluir se a filosofia de Rancière resiste a uma análise que busca se aproximar de outras formas de produção de conhecimento acerca da peça, para que seja viável extrair delas inspiração no que diz respeito ao engendramento de uma forma filosófica de ler obras de arte.
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