Maternidade e paternidade em Hedda Gabler:

uma análise da peça de Ibsen através da filosofia de Rancière

Autores

  • Ana Carolina Calenzo Chaves Universidade Nova de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.25244/tf.v15i1.3527

Palavras-chave:

Hedda Gabler. Rancière. Ibsen.

Resumo

O presente artigo tem como objetivo propor uma leitura de Hedda Gabler, peça de Henrik Ibsen, a partir da filosofia de Jacques Rancière. Para isso, consolida-se mediante o adensamento reflexivo em três pontos principais de sua filosofia: o caráter ausente da paternidade da letra órfã, a tirania da intriga como uma questão familiar e o teatro dos pensamentos. Depois, a reflexão parte para aspectos da peça relacionados à masculinidade, à paternidade, à maternidade e ao terceiro silêncio de Hedda, analisado por Toril Moi. Pretende-se, por fim, enredar as dimensões da obra e da filosofia de Rancière, de modo que seja possível concluir se a filosofia de Rancière resiste a uma análise que busca se aproximar de outras formas de produção de conhecimento acerca da peça, para que seja viável extrair delas inspiração no que diz respeito ao engendramento de uma forma filosófica de ler obras de arte.

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Biografia do Autor

Ana Carolina Calenzo Chaves, Universidade Nova de Lisboa

Formada em Ciências Sociais pela UFRJ. Mestre em filosofia pela UFRRJ. Doutoranda em Filosofia na Universidade Nova de Lisboa. Bolsista do Instituto de Filosofia (IFILNOVA-FCT). Desenvolve, desde o mestrado, pesquisa sobre a filosofia de Jacques Rancière e o último ciclo de peças de Henrik Ibsen, cuja dissertação que emergiu como produto é intitulada “Sobre Rancière e Ibsen”.

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Publicado

2023-03-22

Como Citar

CHAVES, A. C. C. Maternidade e paternidade em Hedda Gabler: : uma análise da peça de Ibsen através da filosofia de Rancière. Trilhas Filosóficas, [S. l.], v. 15, n. 1, p. 57–80, 2023. DOI: 10.25244/tf.v15i1.3527. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/RTF/article/view/3527. Acesso em: 24 dez. 2024.