Tornar-se naquele que se é:
figuras marcelianas do caminho para si-mesmo
DOI:
https://doi.org/10.25244/tf.v13i3.364Palavras-chave:
Itinerância, vocação, fidelidade, devirResumo
Trata-se, no presente artigo, de articular a injunção de Píndaro "Torna-te naquele que és" com a máxima de Gabriel Marcel "ser é estar a caminho", de modo a elucidar a noção e discernir o sentido da "itinerância existencial" no seio da reflexão do filósofo francês. Diríamos que à pergunta nuclear da "ontologia concreta" marceliana "o que sou?" pode responder-se através da referida exortação, de origem pindárica, retomada e comutada, quase insensivelmente, numa atestação. Poderia então dizer-se: "sou aquele em que(m) devo tornar-me". A partir desta articulação nocional indicamos as figuras centrais do caminho para si-mesmo: o amor e a esperança tecidos de fidelidade criadora. Concluir-se-á então que o caminho de acesso a si-mesmo implica a comunhão com a alteridade contingente e absoluta.
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