Foucault, herdeiro de Nietzsche, e a vontade de liberdade:
genealogia da biopolítica
DOI:
https://doi.org/10.25244/tf.v14i2.4495Palavras-chave:
Biopolítica, Resistência, Cuidado de siResumo
O presente artigo tem como objetivo apresentar o “biopolítico” em Michel Foucault como uma chave hermenêutica, uma ferramenta conceitual, ou mesmo um princípio de inteligibilidade para leitura de sua obra. Uma biopolítica de resistência como uma “indocilidade refletida” que é a força-motriz de uma ética de atitudes, uma postura que dá sentido ao seu programa de pesquisa. A biopolítica é apresentada como um conceito que se desenvolve, estando presente já, não somente em Vigiar e Punir, como assinala Revel (2006), mas encontra-se aquém e além desta, sendo possível encontrar seus traços em obras e pesquisas anteriores e posteriores. Essa biopolítica de resistência é a evidenciação prática dessa ética de atitude contestatória que não aceita a dominação/sujeição, dos primeiros escritos até a ética do cuidado de si.
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