Foucault, herdeiro de Nietzsche, e a vontade de liberdade:

genealogia da biopolítica

Autores

  • Benjamim Julião de Góis Filho UERN

DOI:

https://doi.org/10.25244/tf.v14i2.4495

Palavras-chave:

Biopolítica, Resistência, Cuidado de si

Resumo

O presente artigo tem como objetivo apresentar o “biopolítico” em Michel Foucault como uma chave hermenêutica, uma ferramenta conceitual, ou mesmo um princípio de inteligibilidade para leitura de sua obra. Uma biopolítica de resistência como uma “indocilidade refletida” que é a força-motriz de uma ética de atitudes, uma postura que dá sentido ao seu programa de pesquisa. A biopolítica é apresentada como um conceito que se desenvolve, estando presente já, não somente em Vigiar e Punir, como assinala Revel (2006), mas encontra-se aquém e além desta, sendo possível encontrar seus traços em obras e pesquisas anteriores e posteriores. Essa biopolítica de resistência é a evidenciação prática dessa ética de atitude contestatória que não aceita a dominação/sujeição, dos primeiros escritos até a ética do cuidado de si.

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Biografia do Autor

Benjamim Julião de Góis Filho, UERN

Licenciado em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Licenciado e Bacharel em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Bacharel em Teologia pela Faculdade Kurios (FAK/CE). Especialista em Ética e Filosofia Política pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Psicanalista (CESPN). Atua e tem interesse nas seguintes áreas: Filosofia Contemporânea (Com ênfase na Teoria Crítica da Escola de Frankfurt e no pensamento de Michel Foucault); Filosofia da Religião; Teoria da História; Psicanálise; Teologia Contemporânea (Com ênfase em Teologia e Psicologia Pastoral). Membro do DGP/CNPq/UERN: Núcleo de Estudos em Fenomenologia, Hermenêutica e Mística.

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Publicado

2022-11-26

Como Citar

GÓIS FILHO, B. J. de . Foucault, herdeiro de Nietzsche, e a vontade de liberdade:: genealogia da biopolítica. Trilhas Filosóficas, [S. l.], v. 14, n. 2, p. 145–164, 2022. DOI: 10.25244/tf.v14i2.4495. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/RTF/article/view/4495. Acesso em: 22 dez. 2024.