Sobre escolher e evitar:
autarkeía em epicuro
DOI:
https://doi.org/10.25244/tf.v15i2.5237Palavras-chave:
Ética, Autarkéia, EleuteríaResumo
A busca pela compreensão da phýsis (fisiologia) é uma atividade filosófica sem fim que conduz a uma práxis (pragmateía) que se manifesta em cada escolha (haíresin) e em cada rejeição (phygèn) feita pelo homem ao agir de acordo com o conhecimento que ele tem da natureza das coisas. Escolher e rejeitar só é possível para quem coloca em si o princípio da ação (autarkeía). Assim, a ética de Epicuro fundamenta-se na compreensão da phýsis, que significa, nesse contexto, livrar-se da ignorância e dos medos injustificados (irracionais); descrenças e opiniões aceitas e disseminadas pela multidão dos insensatos. Postula-se aqui que a relação entre fisiologia e ética assegura coerência à práxis filosófica de Epicuro. O objetivo do presente artigo é explicitar o significado que o termo autarkeía adquire no pensamento de Epicuro no contexto da Carta de Meneceu, das Doutrinas Principais e das Sentenças Vaticanas. A liberdade (eleutheria) se manifesta no exercício contínuo de escolher o que se deseja e rejeitar o que é prejudicial; ou seja, a liberdade só é possível por meio de uma conduta pautada na autossuficiência. O conhecimento se realiza por meio da ação; o mesmo é verdade para a ignorância.
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