As Ideias divinas em Boaventura e a recepção em Duns Scotus
DOI:
https://doi.org/10.25244/1984-5561.2024.6891Palavras-chave:
ideias divinas, Boaventura, Duns ScotusResumo
As ideias divinas se tornaram objeto de discussão na Patrística e ganharam contornos cada vez mais elaborados na Escolástica. Este artigo expõe as principais características dos modelos de dois expoentes da Escola Franciscana, Boaventura e Duns Scotus, e analisa a influência do modelo de Boaventura sobre o de Scotus. Boaventura posicionou a temática no centro de sua metafísica e epistemologia, considerando as ideias divinas como a própria verdade divina que expressa os cognoscíveis e concede às criaturas seu fundamento ontológico e inteligível. Em Duns Scotus, uma revisão radical da tradição é feita, sob o exame lógico minucioso da noção de ideias divinas como meio do conhecimento divino (ratio cognoscendi). Ele rejeita o modelo de Boaventura naquilo que considera ser uma contradição lógica: a necessidade das relações de imitabilidade para o conhecimento divino das criaturas. No entanto, em relação ao escopo das ideias divinas, ele recebe o modelo do ‘antigo doutor’, contrariando as tendências de seu tempo.
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