Entre a luta e o abandono

o legado da cultura patriarcal na situação de (in)visibilidade das mulheres encarceradas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59776/2965-3290.2023.5128

Resumo

A seletividade e precariedade dos estabelecimentos prisionais brasileiros revelam uma sociedade excludente e desigual, situação intensificada ao tratar sobre a mulher no cárcere, visto que a prisão foi criada por homens e para homens. No breu do breu, as mulheres são esquecidas, muito provavelmente, pelo legado da cultura patriarcal que predomina na sociedade, ao colocar a mulher em segundo plano. Dessa forma, o tema do presente estudo é a mulher encarcerada, delimitado em abordar o seu abandono também em razão dos resquícios do patriarcado e da dominação masculina. Como objeto principal, bem como pergunta norteadora tem-se: em que medida a herança do patriarcado (im)possibilita a ausência de reconhecimento e legitima a violação de direitos das mulheres encarceradas? Em busca de respostas, o artigo se estrutura em duas partes. A primeira, enfoca questões ligadas à liberdade das mulheres e os resquícios do patriarcado, fazendo uma sondagem quanto ao perfil da mulher encarcerada, bem como sua condição de (in)visibilidade, com a ausência de reconhecimento e reificação. A segunda, dialoga sobre a dignidade da pessoa humana e as condições atuais dos estabelecimentos prisionais. Quanto à metodologia empregada tem-se o método dedutivo analítico, com base de dados em pesquisa bibliográfica de doutrinadores que estudam a temática, na legislação e em dados/estatísticas da Organização Mulheres em Prisão. A abordagem encontra eco no fato de que, de um modo geral, a situação desigual da mulher na sociedade se agrava com a condenação à pena privativa de liberdade, consolidando  comportamentos culturais desiguais e excludentes, os quais precisam ser denunciados e revertidos.

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Biografia do Autor

Osmar Veronese, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões

Doutor em Modernización de las Instituciones y Nuevas Perspectivas en Derechos Fundamentales, pela Universidad de Valladolid/Espanha, Mestre em Sociedade e Estado em Perspectiva de Integração, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor de Direito Constitucional do Curso de Graduação em Direito e do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu - Mestrado e Doutorado em Direito - da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI Santo Ângelo/RS. Procurador da República/ Ministério Público Federal. Responsável pelo projeto de pesquisa “Estado, Constituição, Diferença: olhares críticos sobre a diversidade no constitucionalismo” e líder do Grupo de Pesquisa “Direitos de Minorias, Movimentos Sociais e Políticas Públicas”, com registro no CNPQ, vinculado à linha de pesquisa Direito e Multiculturalismo, do PPG/URI/Santo Ângelo/RS, Brasil. ORCID: http://orcid.org/0000-0001-9927-7242. E-mail: osmarveronese@san.uri.br

Daiane Specht Lemos da Silva

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Direito – Universidade Regional Integrada do Alto-Uruguai e das Missões, Santo Ângelo/RS. Bolsista PROSUC-CAPES. Mestre em Direito – URI. Pós-graduada em Direito Penal Processual Penal, FEMA. Pós-graduada em Direito Previdenciário, Faculdades Legalle. Bacharela em Direito, FEMA. Integrante Grupo de Pesquisa (CNPQ) "Direitos de Minorias, Movimentos Sociais e Políticas Públicas", vinculado ao Programa de Pós-Graduação stricto sensu - Mestrado e Doutorado da URI, Santo Ângelo/RS. Endereço eletrônico: daianespecht@hotmail.com. Lattes: https://lattes.cnpq.br/5351000562896130. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-6536-0766  

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Publicado

2023-12-01