CENTRALIDADE URBANA E RESISTÊNCIAS SOCIAIS NA CONURBAÇÃO CUIABÁ-VÁRZEA GRANDE

Resumo

A cidade cria uma situação urbana, formada pela diversidade das relações sociais, manifestadas através da união, reciprocidade e resistências. A formação de centros e centralidades depende da produção do espaço urbano e da reunião dos elementos sociais. A cidade e o urbano, por sua caracterí­stica centralizadora dos meios de produção e dos produtos das relações de trabalho, possibilitam a produção dos centros urbanos. Estes tornam-se mais do que um mero aglomerado dos meios de produção ao se realizar como o lugar de resistência, revelada pela centralidade social. Deste modo, este artigo aborda sobre o processo de produção de centro e centralidades sociais na Conurbação Cuiabá-Várzea grande. Valoriza as falas dos moradores/trabalhadores e problematiza a perda da centralidade social - o lúdico, a coletividade e o uso social. Os objetivos deste artigo são: conceituar centralidade; identificar a produção de centro e centralidades urbanas na prática social concreta e movente; compreender a relação entre a produção de centro e a reprodução da vida. A metodologia é composta de reflexão e definição conceitual, produção cartográfica e entrevista semiestruturada com moradores dos centros urbanos e lideranças sociais. Os principais resultados desta pesquisa evidenciam as precárias relações de trabalho, degradação da vida humana, coerção das ações de resistências sociais e denegação de direitos. Aborda-se as potencialidades abertas pelo entendimento da centralidade urbana enquanto possibilidade para gestão coletiva, apropriação dos bens produzidos socialmente e formação de uma agenda anticapitalista.