O trágico e o espetáculo:
algumas reflexões sobre a representação da violência no cinema brasileiro contemporâneo
Palavras-chave:
Representação, Trágico, Espetáculo, Violência, Cinema brasileiro contemporâneoResumo
Trata-se, no presente artigo, de trazer à discussão duas formas distintas de representação da violência presentes no cinema brasileiro contemporâneo, o trágico e o espetáculo. O trágico, tal como o compreende Nietzsche e o interpreta Rosset, valoriza a permanência no limiar do saber e da ignorância, isto é, trata-se de uma forma que não pretende construir verdades, mas dissipar as idéias que buscam se estabelecer de uma forma fixa na posição de verdade. O espetáculo, compreendido no sentido de Debord, é, ao contrário, a aparência que se disfarça de verdade e motiva eficientemente um comportamento hipnótico por parte do espectador, que passa a ver as imagens como seres reais. Os filmes Ônibus 174 (José Padilha, 2002) e Cidade de Deus (Fernando Meireles, 2002) são aqui analisados como exemplos dessas duas formas de representação.
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Referências
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