Notas sobre uma psicologia kierkegaardiana do inconsciente

Autores

  • Natalia Mendes Teixeira Universidade Estadual do Maranhão

DOI:

https://doi.org/10.25244/tf.v15i1.4829

Palavras-chave:

Kierkegaard. Psicologia. Inconsciente. Freud.

Resumo

A descoberta freudiana do inconsciente (Das Unbewusste) revelou a existência de pensamentos e sentimentos não necessariamente amparados pela consciência ativa do sujeito: os estados mentais não-conscientes. Os pseudônimos de Kierkegaard, especialmente os de nível estético, frequentemente são nomeados como inconscientes de sentimentos e pensamentos que os regulam e, no projeto de Kierkegaard, esse fato assume a significação de que estão, na verdade, inconscientes do próprio self: mas, como pode alguém estar inconsciente de seu próprio self e dos estados ativos que amparam sua própria consciência? Se considerarmos que pensar e sentir estão no nível da consciência ativa do sujeito, como ocorrem sem ela? Que tipo de consciência é esta que não ampara todos os sentimentos, pensamentos e representações ou que não os ampara completamente? Ou seja, que consciência é esta que porta, nela mesma, sua própria negatividade ou a condição de sua contradição? Quando descreve suas personagens estetas como não conscientes do próprio self, Kierkegaard está abrindo precedentes para considerarmos que há uma psicologia kierkegaardiana do inconsciente?

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Natalia Mendes Teixeira, Universidade Estadual do Maranhão

Doutora em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Professora na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).

Referências

BELL, M The German Tradition of Psychology in Literature and Thought, 1700-1840. Cambridge: University Press, 2005.

BENTON, E. “Vitalism in Nineteenth-Century Scientific Thought: A Tipology and Reassessment”. Studies in History Philosophy of Science. v. 5, (1974), p.17-48.

CARUS, C. G. Psyche. Zur Entwicklungsgeschichte der Seele. Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 1964.

FREUD, S. A Interpretação dos Sonhos. Trad. Manuel Resende. Lisboa: Relógio d’Água, 2009.

JAMES, W. The Principles of Psychology. New York: Henry Holt and Company, 1890.

KAUFMANN, W. Discovering the Mind. New York: McGraw-Hill, 1980.

KIERKEGAARD, S. A. Søren Kierkegaards Skrifter. Editado por Niels Jørgen Cappelørn, Joakim Garff, Jette Knudsen, Johnny Kondrup e Alastair McKinnon. Copenhagen: Gad Publishers, 1997–2012.

KIERKEGAARD. S. A. A Doença para a Morte. Trad. Jonas Roos. Petrópolis: Vozes, 2022.

KIERKEGAARD. S. A. Migalhas Filosóficas. Trad. Álvaro L. M. Valls e Ernani Reichmann. Petrópolis: Vozes, 1995.

KIERKEGAARD. S. A. Pós-Escrito às Migalhas Filosóficas. Vol.1. Trad. Álvaro L. M. Valls. Petrópolis: Vozes, 2013.

KLEMPE, S. H. Kierkegaard and Psychology as the Science of the ‘Multifarious Life’. Integrative Psychological and Behavioral Science, 3, 47(2013), p. 367–375.

MCCARTHY, V. Kierkegaard as Psychologist. Northwestern University Press, Evanston, Illinois, 2015.

NOÉ, Sidnei. O Inconsciente é a chave para o Consciente: A Psique Humana, Segundo C. G. Carus. Revista Estudos Teológicos. v. 55 n. 1. (2015) p. 144-168.

NOÉ, Sidnei. Quando a ideia se autorreconhece: psique e autoconsciência em Carl Gustav Carus. Númen: Revista de Estudos e pesquisa da Religião, v. 21, n2, (2018), p. 153-166.

NORDENTOFT, K. Kierkegaard's Psychology. Trad. B. Kirmmse. Pittsburgh: Duquesne University Press, 1978.

STOKES, P. Kierkegaard’s Mirrors: Interest, Self and Moral Vision. NEW YORK, 2010.

TEIXEIRA, Natalia. Kierkegaard e as Ciências Naturais no Século XIX. Revista Dissertatio, vol. 54 (2021), p.3-31.

Downloads

Publicado

2023-03-23

Como Citar

TEIXEIRA, N. M. Notas sobre uma psicologia kierkegaardiana do inconsciente. Trilhas Filosóficas, [S. l.], v. 15, n. 1, p. 97–109, 2023. DOI: 10.25244/tf.v15i1.4829. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/RTF/article/view/4829. Acesso em: 4 jul. 2024.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)