Silja Freudenberger:
uma aproximação político-epistemológica entre a filosofia de Gadamer e perspectivas feministas
DOI:
https://doi.org/10.25244/tf.v16i2.5925Palavras-chave:
Hermenêutica, Feminismo, Epistemologia, Política, Hans-Georg Gadamer, Silja FreudenbergerResumo
Em The Hermeneutic Conversation as Epistemological Model (FREUDENBERGER, 2003), Silja Freudenberger indica semelhanças entre a hermenêutica gadameriana e a epistemologia feminista anglo-saxã. No escrito em questão, parece cabível atribuir à autora, com efeito, a hipótese de que as abordagens de ambas revelam paralelos cuja observação adequada é instrumental para a compreensão da recepção – em larga medida negativa – da primeira no seio da literatura filosófica desenvolvida em alinhamento à segunda. Sob a suposição da vigência dessa hipótese como diretriz chave do desenvolvimento do texto de Freudenberger, este esforço é dedicado à tarefa de reconstruir e analisar criticamente o percurso argumentativo nele trilhado pela autora. A motivação para que se leve a cabo esta tarefa é, em primeiro lugar, a visibilização da solidez de uma posição surpreendentemente minoritária em certa região da literatura filosófica feminista – a saber, aquela segundo a qual não há incompatibilidade necessária entre pensamento feminista e as diretrizes centrais da hermenêutica de Gadamer; e, adicionalmente, a exposição de certas observações de cunho histórico e contextual que explicam, até certo ponto, o estatuto minoritário dessa posição.
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