FLORESTA PETRIFICADA DE ALTOS (PI) COMO PATRIMÔNIO GEOLÓGICO E GEOMORFOLÓGICO PARA A GEOCONSERVAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.33237/2236-255X.2024.5599Palavras-chave:
Florestas Fossilizadas, Geodiversidade, Geopatrimônio, LIGsResumo
As ocorrências de florestas petrificadas têm sido registradas em várias partes do mundo e inseridas numa perspectiva de proteção. Num contexto ainda oposto a este, a Floresta Petrificada de Altos (PI) encontra-se desvinculada de proteção legal, de valorização e reconhecimento da sua importância como um patrimônio para o município. Assim, o objetivo geral deste artigoanalisar a importância da Floresta Petrificada de Altos, Piauí, como patrimônio geológico e geomorfológico numa perspectiva de Geoconservação. No aspecto metodológico, esta pesquisa classifica-se como descritiva, explicativa e exploratória, adotando-se a abordagem qualitativa, e para o alcance dos objetivos os procedimentos realizados foram: pesquisa bibliográfica, documental e de campo, com observação direta, registro fotográfico e estudo cartográfico como complemento. Apresenta-se, então, a caracterização da área de estudo em seus aspectos físico-naturais, destacando alguns locais de interesse geológico e geomorfológico (LIGs). Enfatiza-se que as observações ocorreram entre os anos de 2019 e 2022, com o intuito de identificar mudanças ao longo do tempo. O trabalho apresenta sugestões de possibilidades e ações para a Geoconservação do patrimônio como, o enquadramento legal, a criação de um museu da geodiversidade, a elaboração e fixação de um painel interpretativo/informativo, confecção de cartilha educativa e cartões-postais. Almeja-se a sensibilização da sociedade de forma geral quanto ao reconhecimento da importância da Floresta Petrificada, visando contribuir para a valorização e divulgação deste patrimônio do município de Altos (PI).
Downloads
Referências
AGUIAR, R. B.; GOMES, J. R. C. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea: estado do Piauí: diagnóstico do município de Altos. Fortaleza: Serviço Geológico do Brasil, 2004.
ALTOS. Proposta de criação da unidade de conservação Floresta Fóssil do Brejo de São Benedito, Altos, Piauí. Altos: [S. n.], 2023.
BAPTISTA, E. M. C.; LIMA, I. M. M. F. Geoeducação e geoconservação no litoral do Piauí: valorização da geodiversidade através de ferramentas didáticas. In: BAPTISTA, M. P. C.; NASCIMENTO, F. A. S.; BAPTISTA, E. M. C.; SILVA, B. R. V. (org.). Dos tempos à viração, dos ventos à amarração: Estudos Histórico-Geográficos do Litoral do Piauí. Teresina, EDUFPI, 2020. p. 257-294.
BAPTISTA, E. M. C.; LIMA, I. M. M. F.; SILVA, B. R. V. Práticas geoconservacionistas como ferramentas para o ensino de Geografia Física. REGNE, Natal, v. 5, Número Especial, p. 86-104, 2019.
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm Acesso em: 28 mai. 2024.
BRASIL. Presidência da República. Lei n° 11.904, de 14 de janeiro de 2009. Institui o Estatuto de Museus e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11904.htm Acesso em: 28 mai. 2024.
BRILHA, J. Patrimônio Geológico e Geoconservação: A Conservação da Natureza na sua vertente Geológica. Braga: Palimage, 2005.
CALDAS, E. B.; MUSSA, D.; LIMA FILHO, F. P.; ROSLER, O. Nota sobre a ocorrência de uma floresta petrificada de idade permiana em Teresina, Piauí. Boletim IG-USP, Publicação Especial, São Paulo, v. 7, 69-87, 1989.
CARVALHO, I. S. Fósseis: importância econômica e social do patrimônio paleontológico. In: GUERRA, A. T., JORGE, M. C. O. (org.). Geoturismo, Geodiversidade e Geoconservação: abordagens geográficas e geológicas. São Paulo: Oficina de Textos, 2018. p. 163-196.
CHAGAS, M. S.; NASCIMENTO JUNIOR, J. (org.). Subsídios para a criação de Museus Municipais. Rio de Janeiro: Ministério da Cultura/Instituto Brasileiro de Museus e Centros Culturais/Departamento de Processos Museais, 2009.
CONCEIÇÃO, D. M.; CISNEROS, J. C.; IANNUZZI, R. Novo registro de floresta petrificada em Altos, Piauí: relevância e estratégias para geoconservação. Pesquisas em Geociências, Porto Alegre, v. 43, n. 3, p. 311-324, set. / dez. 2016.
DIAS-BRITO, D.; ROHN, R.; CASTRO, J. C.; DIAS, R. R.; RÖSSLER, R. Floresta Petrificada do Tocantins Setentrional – O mais exuberante e importante registro florístico tropical-subtropical permiano no Hemisfério Sul. In: WINGE, M.; SCHOBBENHAUS, C.; SOUZA, C. R. G.; FERNANDES, A. C. S.; BERBERT-BORN, M.; QUEIROZ, E. T.; CAMPOS, D. A. Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil. v. 2. Brasília: CPRM, 2009. p. 337 - 354.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília, DF: EMBRAPA, 2018.
FIGUEIRÓ, A. S.; VIEIRA, A. A. B.; CUNHA, L. Patrimônio geomorfológico e paisagem
como base para o geoturismo e o desenvolvimento local sustentável. CLIMEP –Climatologia e Estudos da Paisagem, Rio Claro, v. 8, n.1, p. 49-81, jan. / jun. 2013.
GOOGLE SATELLITE. Map data ©2021 Google. Imagem. Disponível no software QGIS versão 3.10.3. Link de permissão: https://www.google.at/permissions/geoguidelines/attr-guide.html Acesso em: 19 mai. 2022.
GRAY, M. Geodiversity: valuing and conserving abiotic nature. Chichester, England: John Wiley and Sons, 2004.
GOMES, F. C. Ambiente fluvial e ocorrência de fósseis vegetais no município de Altos (Piauí): busca de valorização e conservação do patrimônio natural e ambiental. 2022. 143 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2022.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Malhas municipais Piauí. 2021. Disponível em: https://geoftp.ibge.gov.br/organizacao_do_territorio/malhas_territoriais/malhas_municipais/municipio_2021/UFs/PI/PI_Municipios_2021.zip Acesso em: 05 mai. 2022.
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA. Assentamentos Brasil Piauí. 2022. Disponível em: https://certificacao.incra.gov.br/csv_shp/export_shp.py Acesso em: 05 mai. 2022.
MEIRA, S. A.; MORAIS, J. O. Os conceitos de geodiversidade, patrimônio geológico e geoconservação: abordagens sobre o papel da geografia no estudo da temática. Boletim de Geografia, Maringá, v. 34, n. 3, p. 129-147, 2016.
MEIRA, S. A.; NASCIMENTO, M. A. L.; MEDEIROS, J. L.; SILVA, E. V. Aportes teóricos e práticos na valorização do geopatrimônio: estudo sobre o projeto geoparque Seridó (RN). Caminhos de Geografia, Uberlândia, v. 20, n. 71, p. 384-403, 2019.
MOREIRA, J. C. Geoturismo e interpretação ambiental. Ponta Grossa: UEPG, 2014.
MOURA-FÉ, M. M.; NASCIMENTO, R. L.; SOARES, L. N. Geoeducação: princípios teóricos e bases legais. In: PEREZ FILHO, A.; AMORIM, R. R. Os desafios da Geografia Física na fronteira do conhecimento. v.1. Campinas: UNICAMP, 2017. p. 3054-3065.
NASCIMENTO, M. A. L.; RUCHKYS, U. A.; MANTESSO-NETO, V. Geodiversidade, geoconservação e geoturismo: trinômio importante para a proteção do patrimônio geológico. São Paulo: Sociedade Brasileira de Geologia, 2008.
NIETO, L. M. Geodiversidad: propuesta de una definición integradora. Boletín Geológico y Minero, Jaén, Departamento de Geología, Universidad de Jaén, Espanha, v. 112, n. 2, p. 3-12, 2001.
PEREIRA, P. J. S. Patrimônio geomorfológico: conceptualização, avaliação e divulgação. Aplicação ao Parque Nacional de Montesinho. 2006. 370 f. Tese (Doutorado em Ciências – Geologia) – Universidade do Minho, Braga, Portugal, 2006.
PIAUÍ. Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais. Diagnóstico socioeconômico do município de Altos, Piauí. Teresina: CEPRO, 2013.
RODRIGUES, M. L.; FONSECA, A. A valorização do Geopatrimónio no desenvolvimento sustentável de áreas rurais. Colóquio Ibérico de Estudos Rurais: cultura, inovação e território. Coimbra, Portugal, 2008.
RUCHKYS, U. A. Patrimônio Geológico e Geoconservação do Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais. Potencial para criação de um Geoparque da UNESCO. 2007. 189 f. Tese (Doutorado em Geologia) – Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007.
SANTOS, E. M. A geoconservação como ferramenta para o desenvolvimento sustentável em regiões semiáridas: estudo aplicado à mesorregião do agreste de Pernambuco, nordeste do Brasil. 2016. 242 f. Tese (Doutorado em Geociências) – Programa de Pós-graduação em Geociências, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2016.
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL. Mapa geológico do estado do Piauí. Teresina: CPRM, 2006. Escala 1:1.000.000.
SHARPLES, C. Concepts and principles of geoconservation. Published electronically on the Tasmanin Parks & Wildlife Service web site. 3. ed. 2002.
SILVA, A. O. Importância da floresta petrificada de Altos (Pi) como patrimônio geológico e geomorfológico e a relação com a comunidade local: uma perspectiva de Geoconservação. 2022. 117 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geografia) - Universidade Estadual do Piauí, Teresina, 2022.
SILVA, B. R. V.; LIMA, I. M. M. F.; BAPTISTA, E. M. C. Estratégias de valorização e divulgação dos geossítios da zona litorânea piauiense. In: SCABELLO, A. L. M.; VIANA, B. A. S.; ALBUQUERQUE, E. L. S. (org.). Dinâmicas ambientais-urbanas e formação docente no espaço geográfico piauiense. v. 5. Sobral: Sertão Cult, 2022. p. 31- 47.
SILVA, J. F. A.; AQUINO, C. M. S. Ações geoeducativas para divulgação e valorização da geodiversidade e do geopatrimônio. Geosaberes, Fortaleza, v. 9, n. 17, p. 1-10, 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Geotemas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores que submeterem seus manuscritos para a Geotemas declaram que o trabalho trata-se de artigo original, não tendo sido submetido para publicação, na íntegra ou em parte, em outro periódico científico nacional ou internacional ou em outro veículo de circulação. Os autores declaram também que concordam com a transferência dos direitos autorais do referido artigo para a revista Geotemas (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte), permitindo publicações posteriores, desde que seja assegurada a fonte de sua publicação. Assumem, por fim, a responsabilidade pública pelo artigo, estando cientes de que poderão incidir sobre os mesmos os eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do trabalho.