CORPOS EM RESISTÊNCIA: UM OLHAR SOBRE A NOÇÃO DE HETEROTOPIA DE MICHEL FOUCAULT
Palabras clave:
Corpo, Crossdressing, HeterotopiaResumen
Este artigo tem como objetivo discutir sobre o corpo enquanto um espaço heterotópico. Vincula-se aos estudos em Análise do Discurso de linha Francesa, tendo como principal base as reflexões foucaultianas. Inicialmente, apresentamos a noção de heterotopia defendida por Foucault (2009) e, em seguida, propomos entender o corpo também como um espaço heterotópico na medida em que ele funciona como um instrumento de resistência í s formas de objetivação. Para ilustrar nossa reflexão, tomamos como objeto de análise três tirinhas da cartunista Laerte Coutinho, retiradas da série intitulada "Silicone Blues". Tais tirinhas trazem um personagem que muito se assemelha em seus discursos e práticas aos sujeitos crossdressers. Usamos essas imagens para ilustrar e melhor discutir a relação entre o corpo do sujeito crossdresser, por exemplo, e a Heterotopia. Os efeitos de sentido visualizados em nossa análise apontam para o corpo enquanto um espaço de luta, um lugar de inscrições discursivas que emanam a partir do embate constante entre os sujeitos crossdressers e as diferentes relações de poder que atravessam a construção de sua subjetividade. Esperamos, com este trabalho, contribuir para as reflexões da Análise do Discurso sobre corpo, poder e sujeito, além de colaborar para o entendimento da cultura crossdresser no Brasil.
Descargas
Citas
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução Renato Aguiar. 8. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015. 287p. (Coleção Sujeito & História).
FOUCAULT, M. Outros espaços. In: Estética: literatura e pintura, música e cinema. Organização Manoel Barros da Motta. Tradução de Inês Autran Dourado Barbosa. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009. p. 411-422. (Ditos e Escritos, III).
GOMES, M. R. Avatar: entre utopia e heterotopia. Matrizes, São Paulo, ano 3, n. 2, p. 35-49, 2010.
GROSZ, E. (2000). Corpos reconfigurados. Cadernos Pagu, Campinas, n. 14, p. 45- 86, 2000.
MARINHO, C. M. Corpo heterotópico como resistência aos processos de subjetivação identitária: algumas questões filosófico-educacionais. [S.l.]: Foucault et alii, 2015. Disponível em <http://www.michelfoucault.com.br/files/Cristiane%20Marinho%20%20texto%20CIMF%20Recife%202015%20-%208jun15.pdf>. Acesso em: 27 de maio de 2016.
MILANEZ, Nilton. Corpo cheiroso, corpo gostoso: unidades corporais do sujeito no discurso. Acta Scientiarum. Language and Culture. Maringá, v. 31, n.2, p. 215-222, 2009.
PEDRA, C. B. O que são drag queens e crossdressers? In: RAMOS, M. M. et al. (Org.). Gênero, sexualidade e direito: uma introdução. Belo Horizonte: Initia Via, 2016, p. 136-145.
SILVA, M. G. S. N.; SILVA, J. M. (org.). Interseccionalidades, gênero e sexualidades na análise espacial. Ponta Grossa: Toda Palavra, 2014.
VALVERDE, R. R. H. F. Sobre espaço público e heterotopia. Geosul, Florianópolis, v. 24, n. 48, p. 7-26, jan. 2009.
VENCATO, A. P. Sapos e princesas: prazer e segredo entre praticantes de crossressing no Brasil. São Paulo: Annablume, 2013. (Coleção Queer).
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2018 Marcos Paulo Azevedo
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.