COMBINAMOS NÃO MORRER OU O SISTEMA COMBINA NOS MATAR?

O limiar entre literatura e direitos humanos em “A gente combinamos de não morrer”, de Conceição Evaristo

Autores

  • Alexsandro Melquiades da Silva
  • Maridalva Fernanda de Oliveira Jácome

Palavras-chave:

Violação das garantias humanas, Arte literária brasileira, Sujeitos marginalizados

Resumo

Os direitos humanos são normas que reconhecem e protegem a dignidade dos indivíduos. Apesar do Brasil ser diverso em história e cultura, enfrenta um cenário preocupante em relação ao asseguramento das garantias fundamentais, como a igualdade. A prova disso está na negligência estatal e na persistência de estruturas sociais injustas que geram um panorama de desigualdade social, violência policial e racismo estrutural. Na literatura, escritoras e escritores denunciam essas omissões ao estampar as diferenças entre as vivências das personagens marginalizadas e aquelas que não são. Diante disso, entendendo a existência de um limiar entre os direitos humanos e a literatura, neste trabalho, de cunho bibliográfico, objetivamos analisar as violações das prerrogativas humanas no conto “A gente combinamos de não morrer”, escrito por Conceição Evaristo e disposto na obra Olhos D’água (2016). Na narrativa, notamos as violências e o descaso estatal ocorridos em um lugar periférico através das vozes de quatro narradores que, estando ou não nessas condições, já que um deles não é personagem, mostram-se conscientes e, diretamente ou não, vítimas de um sistema. Teoricamente, embasam este estudo as contribuições de Antônio Cândido (1995); Beatriz Resende (2008); Achille Mbembe (2018); Edinei Silva (2022) e outras autoras e autores. Sob o exposto, entendemos que o texto analisado, assim como este trabalho, denuncia as complexidades de se viver à margem social, escancarando que os direitos humanos são violados em face de uma estrutura que perpetua a desigualdade.

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Biografia do Autor

Alexsandro Melquiades da Silva

Graduando de Letras - Português pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) - Campus Caraúbas. Membro do projeto de pesquisa “Letramentos de resistência no cotidiano escolar” vinculado ao grupo Limiares: Estudos de Literatura, Gênero e Interculturalidades. É monitor (bolsista) na disciplina de Literatura Brasileira I e possui interesse em estudos literários, mais especificamente naqueles que abarcam as literaturas não canônicas; literatura e ensino; e literatura e gênero.

Maridalva Fernanda de Oliveira Jácome

Graduanda de Direito pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) - Campus Mossoró. Atuou como extensionista no projeto Apex - Empreendedorismo e Soluções Jurídicas. Possui interesse em estudos que abordam temáticas de direitos humanos, direito e tecnologia e direito eleitoral.

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Publicado

2025-04-14

Edição

Seção

Linha 1 - O passado e as histórias apagadas: Resgate histórico e herança cultural no Brasil

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