A abordagem da Nova Pragmática: desdobramentos e contribuições para os estudos da linguagem
Palavras-chave:
Nova Pragmática, Linguística, DiscursoResumo
O campo de estudos pragmáticos se consolidou no século XX como a área que investiga a relação dos signos com os intérpretes. Entre as propostas de abordagem pragmática mais difundidas, está a Teoria dos Atos de Fala, desenvolvida por Austin (1962) e retomada por Searle (1969). No século XXI, uma nova abordagem pragmática foi introduzida por Rajagopalan (2010), que propõe uma releitura da obra de Austin e o rompimento das amarras que limitavam a sua proposta original. A leitura searliana da obra de Austin consiste, principalmente, em uma proposta de classificação dos atos de fala. Já a nova proposta distingue-se pela adoção de uma perspectiva crítica, pelo interesse em analisar as conotações político-ideológicas associadas aos fenômenos da linguagem, e pelo caráter transdisciplinar, estabelecendo relação com diferentes áreas das Ciências Humanas. Desse modo, este artigo visa comentar o surgimento e os princípios da Nova Pragmática, assim como as suas principais contribuições para a Linguística e para a compreensão dos fenômenos discursivos e sociais.
Downloads
Referências
ALENCAR, C. N. Tudo aqui é poesia?: A pragmática cultural como pesquisa participante com movimentos sociais e coletivos juvenis em territórios de violência urbana. Interdisciplinar, v. 31, p. 237-256, 2019.
ALENCAR, C. N.; BONFIM, M. A. L. A constituição do conceito de violência no jogo de linguagem mística do MST-CE. Antares, v. 4, p. 92-107, 2012.
ALENCAR, C. N.; FERREIRA, D. M. Por uma 'nova pragmática emancipatória'. Trabalhos em Linguística Aplicada (UNICAMP), v. 52, p. 271-285, 2013.
ALENCAR, C. N.; FERREIRA, D. M. Rajagopalan interpretando Austin: descolonialidades na nova pragmática do hemisfério sul. DELTA. Documentação de Estudos em Linguística Teórica e Aplicada (Online), v. 32, p. 613-632, 2016.
AMOSSY, R. L"™argumentation dans le discours. Paris: Colin, 2006.
AUSTIN, J. L. How to do things with words. Oxford: Clarendon Press, 1962.
BLOMMAERT, J. Ideologias linguísticas e poder. In: SILVA, D. N.; FERREIRA, D. M. M.; ALENCAR, C. N. (Orgs.). Nova Pragmática: modos de fazer. São Paulo: Cortez, 2014. p. 67-77.
BROWN, P.; LEVINSON, S. Politeness: Some Universals in Language Use. Cambridge: Cambridge University Press, 1987.
FAIRCLOUGH, N. Discurso e mudança social. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001.
GRICE, H. P. Studies in the way of words. Boston: Harvard University Press, 1990.
IVANOVA, I. Les sources de la conception du dialogue chez L. Jakubinskij. Texto! diciembre de 2003 [online]. Disponível em:
<http://www.revue-texto.net/Inedits/Ivanova_Jakubinskij.html> Acesso em 18 de outubro de 2020.
IVANOVA, I. O diálogo na linguística soviética dos anos 1920-1930. Bakhtiniana, São Paulo, v. 6, n. 1, p. 239-267, 2011.
LEEZENBERG, M. Em torno de uma abordagem prática em pragmática: tragédia grega como conversação impolida. In: SILVA, D. N.; FERREIRA, D. M. M.; ALENCAR, C. N. (Orgs.). Nova Pragmática: modos de fazer. São Paulo: Cortez, 2014. p. 43-66.
LEVINSON, S. Pragmatics. Cambridge: Cambridge University Press, 1983.
MARCONDES, D. Desenvolvimentos recentes na Teoria dos Atos de Fala. O que nos Faz Pensar, Rio de Janeiro, v. 17, p. 25-40, 2003.
MORRIS, C. Signs, language and behavior. Nova York: George Baziller, Inc., 1938.
OLIVEIRA, J. A. Pragmática e Comunicação. Linguagem em Foco, Fortaleza, v. 2, n. 2, p. 53-68, 2010.
PINTO, J. P. Performatividade radical: ato de fala ou ato de corpo? Gênero, Niterói, v. 3, n. 1, p. 101-110, 2002.
RAJAGOPALAN, K. Entrevista. In: XAVIER, A. C.; CORTEZ, S. (Orgs.). Conversas com linguistas: virtudes e controvérsias da linguística. São Paulo: Parábola, 2003, p. 175-182.
RAJAGOPALAN, K. Por uma Linguística Crítica. Línguas e Letras, v. 8, n. 14, p. 13-20, 2007.
¬¬¬¬¬RAJAGOPALAN, K. A nova pragmática: fases e feições de um fazer. São Paulo: Parábola, 2010.
RAJAGOPALAN, K. Da arrogância cartesiana à "nova pragmática". In: SILVA, D. N.; FERREIRA, D. M. M.; ALENCAR, C. N. (Orgs.). Nova Pragmática: modos de fazer. São Paulo: Cortez, 2014, p. 11-14.
RIESTRA, D. El dialogismo y los géneros de la interacción verbal humana en Jakubinskij y Voloshinov. Eutomia, Recife, v. 21, n. 1, p. 1-19, 2018.
SCHANZER, L. M.; WHEELER, C. I. Jürgen Habermas y la problemática de la neutralidad valorativa. ¿es posible una ciencia social crítica? Papeles de Trabajo, Rosário, n. 19, p. 1-9, 2010.
SEARLE, J. Speech acts: an essay in the philosophy of language. Cambridge: Cambridge University Press, 1969.
SEARLE, J. Expression and meaning. Cambridge: Cambridge University Press, 1979.
SILVA, D. N.; ALENCAR, C. N.; FERREIRA, D. M. Uma nova pragmática para antigos problemas. In: SILVA, D. N.; ALENCAR, C. N.; FERREIRA, D. M. (Orgs.). Nova Pragmática: modos de fazer. São Paulo: Cortez, 2014. p. 15-39.
SOUSA SANTOS, B.; MENESES, M. P. Introdução. In: SOUSA SANTOS, B.; MENESES, M. P. (org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Perdizes, 2010. p. 16-27.
VAN LEEUWEN, T. Introducing Social Semiotics. Nova York: Routledge, 2005.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Monique de Mesquita Lessa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.