A NARRATIVA DE NAEL: UM OLHAR À DERIVA DE SI MESMO

Autores

  • Marcos Viní­cius Medeiros da Silva Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN

Palavras-chave:

Memória, Narrador, Leitor

Resumo

Em Dois irmãos, Milton Hatoum retoma o tema do drama familiar e da casa que se desfez. Para isso, se utiliza de um narrador em primeira pessoa que constrói seu relato à moda antiga, como os velhos contadores de histórias da tradição oral. Juntando os cacos do passado, o narrador decide contar a história da famí­lia da qual fazia parte, usando sua memória e os relatos de outras pessoas com quem conviveu, quando quase todos estão mortos. Esse narrador caminha em meio í s luzes do que viu e í s sombras do que não pôde ver, por isso traz consigo uma visão parcial dos fatos, cabendo ao leitor tomar parte da narrativa e a também construir o texto à medida que vai se aprofundando na história. Assim, Hatoum nos apresenta uma narrativa cheia de silêncios e lacunas, que a lógica mesma da narração não consegue preencher, e que só pode chegar a um bom termo com a participação do leitor.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcos Viní­cius Medeiros da Silva, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN

Possui doutorado em Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ (2013); mestrado em Letras pela Universidade Federal do Ceará - UFC (2009) e graduação em Letras pela Universidade Federal do Ceará - UFC (2004). Atualmente é professor adjunto IV da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN. É membro do Grupo de Estudos de Literatura e suas interfaces Crí­ticas (GELINTER). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Portuguesa e Brasileira, atuando principalmente nos seguintes temas: discurso e memória.

Referências

BARRETO, Ricardo; MELO, Jefferson. Treze perguntas para Milton Hatoum. Revista Magma. São Paulo, Edusp, n. 8, p. 63, dez. 2003.
CARNEIRO, Flávio. No paí­s do presente: ficção brasileira no iní­cio do século XXI. Rio de Janeiro: Roco, 2005, p. 306.
CHIAPPINI, Ligia. O foco narrativo. São Paulo: Ática, 2007, p.80.
CHIARELLI, Stefania. Vidas em trânsito: as ficções de Samuel Rawet e Milton Hatoum. 2005. 157 f. Tese (doutorado) – Departamento de Letras, Pontifí­cia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005, p. 59.
ECO, Umberto. Seis passeios pelos bosques da ficção. Tradução de Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das letras, 1994, p. 9.
FRIEDMAN, Norman. (2002). O ponto de vista na ficção: o desenvolvimento de um conceito crí­tico. Revista USP, n. 53, p. 166-182, mar/mai. 2002. Disponí­vel em: < http://www.usp.br/revistausp/53/15 norman-2.pdf>. Acesso em: 18 fev. 2013.
HATOUM, Milton. Dois irmãos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
______. Por que escrevo. São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2011, p. 2.
POUILLON, Jean. O tempo do romance. Tradução de Heloysa de Lima Dantas. São Paulo: Cultrix, 1974, p. 24.
ROSENFELD, A. Texto/Contexto: ensaios. São Paulo: Perspectiva; Brasí­lia, INL, 1973, p. 85.
SCHWARZ, Roberto. Ao vencedor as batatas: forma literária e processo social nos iní­cios do romance brasileiro. São Paulo: Duas Cidades, 1977, p. 16.
SCRAMIN, Susana. O território da identidade. Cult- Revista Brasileira de Literatura, São Paulo, n. 36, p.11, jul. 2000.
SILVA, Marcos Vinicius Medeiros da. Mitos, memória e infância em Dois irmãos e Órfãos do Eldorado, de Milton Hatuom. Curitiba: CRV, 2017, p. 134.

Downloads

Publicado

2019-06-30

Como Citar

SILVA, M. V. M. da . A NARRATIVA DE NAEL: UM OLHAR À DERIVA DE SI MESMO. COLINEARES, Mossoró, Brasil, v. 6, n. 1, p. 25–34, 2019. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/RCOL/article/view/1843. Acesso em: 6 jul. 2024.