EUFEMIZAÇÃO DO TRÁGICO NO CONTO "A MARIA LIONÇA", DE MIGUEL TORGA
Palavras-chave:
Trágico, Eufemização, Maria Lionça, Miguel TorgaResumo
O trágico como temática literária surgiu na dramaturgia da Antiga Grécia. Ao longo do tempo, a temática da tragédia grega se reverberou também em outros gêneros literários. Dados os aspectos pesarosos contidos nas narrativas trágicas, consideramos oportuno investigar o processo de eufemização do trágico. Portanto, nosso objetivo, neste artigo, é analisar como ocorre a eufemização do trágico no conto "A Maria Lionça", de Miguel Torga (1996), publicado na obra Contos da Montanha. A presente investigação justifica-se pela escassez de estudos na perspectiva apontada. Sendo assim, selecionamos alguns trechos do conto para ilustrarem a nossa análise. Para a fundamentação teórica de nossa pesquisa, que é integralmente bibliográfica, nos baseamos em estudos acerca do trágico e do eufemismo, sob o viés literário. Recorremos í s pesquisas de teóricos como Strôngoli (2000), Szondi (2004), Lukács (2000), Machado (2005, 2006), Moisés (2013), Leal (2014), Nietzsche (1997, 2014), Oliveira (2015), dentre outros. Diante dos estudos e da análise realizados, observou-se que o conto "A Maria Lionça" é construído sob uma aura eufêmica que consiste na exaltação atribuída ao espaço e, principalmente, à personagem Lionça. Dessa forma, a eufemização se dá na atenuação da morte; e este abrandamento é motivado pela tentativa de levar o leitor a enxergar a integridade e hombridade da personagem Maria Lionça como virtudes superiores í s desgraças que lhe sobrevieram.
Downloads
Referências
LUKÁCS, Georg. A teoria do romance: um ensaio histórico-filosófico sobre as formas da grande épica. Tradução de: José Marcos Mariani de Macedo. 34. ed. São Paulo: Duas Cidades, 2000.
MACHADO, Roberto. Nietzsche e o renascimento do trágico. Kriterion, Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais, v. 46, nº 112, p. 174-182, set./dez. 2005. Disponível em: <http://twixar.me/JWG3>. Acesso em: 3 jul. 2018.
______. O nascimento do trágico: de Schiller a Nietzche. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. 12. ed. São Paulo: Cultrix, 2013.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. O nascimento da tragédia, ou helenismo e pessimismo. Tradução de: J. Guinsburg. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. Disponível em: <http://twixar.me/7KG3>. Acesso em: 24 jun. 2018.
______. Introdução à tragédia de Sófocles.Tradução de: Ernani Chaves. São Paulo: Zahar, 2014. Disponível em: <http://twixar.me/NKG3>. Acesso em: 24 jun. 2018.
OLIVEIRA, Roseli. Dicionário de eufemismos da língua portuguesa. Foz do Iguaçu: Editares, 2015.
RAJAGOPALAN, Kanavillil. Sobre o porquê de tanto ódio contra a linguagem "politicamente correta". In: SILVA, F.L.L. e MOURA, H. H. M. (Orgs.). O direito à fala: a questão do preconceito lingüístico Florianópolis: Insular, 2000. p. 93-102. Disponível em: <file:///D:/Documentos/Downloads/Politicamente+Correto.pdf>. Acesso em: 8 jul. 2018.
STRÔNGOLI, Maria Tereza Q. G. Do signo ao símbolo: as figurativizações do imaginário. In: PINO, Dino del. (Org.). Semiótica: Olhares. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000. p. 55-64.
SZONDI, Peter. Ensaio sobre o trágico. Tradução de: Pedro Süssekind. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
TORGA, Miguel. Contos da montanha. 8. ed. Coimbra, 1996. Disponível em: <http://twixar.me/VKG3>. Acesso em: 29 jun. 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Jessica Marissa Mendes da Silva Fernandes, Paulo Ricardo Fernandes Rocha
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.