NAVALHA DO RISO: A POÉTICA SATÍRICA DE GREGÓRIO DE MATOS GUERRA
Palavras-chave:
Gregório de Matos, Lírica satírica, Barroco brasileiroResumo
Gregório de Matos, poeta barroco brasileiro, por sua implacável lira recebeu a alcunha de "Boca do Inferno". Na satírica gregoriana, praticamente banida dos manuais didáticos escolares, destaca-se, além de uma virulência implacável, a linguagem, que utiliza palavras chulas, ligadas à genitália ou ao ato sexual e termos populares, o que é amalgamado a termos eruditos. A temática baseia-se na conduta de vários tipos da sociedade baiana, que se mostram como caricaturas a partir do apuro poético do Boca do Inferno. Recebem destaque neste estudo o olhar poético de Gregório de Matos sobre a Bahia e seus frequentadores; sobre as negras e mulatas, revelando a linguagem jocosa e a navalha versicular desse poeta. As cidades por onde passou também integram o elenco de enxovalhados pela ferina pena do baiano. O presente texto, investigação da fustigante satírica gregoriana, é resultado da primeira etapa de leituras e pesquisas realizadas no Projeto de Pesquisa "O Barroco na América: literatura e arte arquitetônico-escultórica no Brasil Colonial", em interlocução, entre outros, com João Adolfo Hansen (2004), Alfredo Bosi (1992) e Mário Faustino (2003), e analisando a obra poética do baiano, a partir do códice de James Amado (1990).
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