Percepção, paisagem e linguagem em Merleau-Ponty
Palavras-chave:
Percepção, Paisagem, LinguagemResumo
Nosso texto se propõe examinar a crítica que Merleau-Ponty dirige à experiência perceptiva guiada por uma visão objetivista que acredita na possibilidade de isolar absolutamente uma coisa percebida como unidade apartada da paisagem perceptiva em que o corpo habita. Nesse sentido, buscaremos mostrar como Merleau-Ponty considera que perceber exige sempre um horizonte de paisagem em que o corpo está situado e não um sujeito que percebe coisas transparentes desprovidas de mundo. Não há percepção sem paisagens que possam revelar as aparências das coisas percebidas. Com base nessa perspectiva, consideraremos as relações entre percepção e linguagem para mostrar que a linguagem não é apenas uma operação nominativa que cria uma palavra para representar determinadas coisas do mundo. Ela é antes de tudo gesto criativo do corpo que transfere toda sua gestualidade para o mundo com base em seus atos perceptivos. Concebida como gesto criativo do corpo, a linguagem revela o sentido de expressividade do mundo percebido como inacabamento do fluxo das aparências das coisas.
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