MÍSTICA E IDENTIDADE SEM TERRA: UMA ANÁLISE DE DISCURSO CRÍTICA MULTIMODAL NO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA
Palabras clave:
Análise de Discurso Crítica multimodal, Identidade Sem Terra, Mística, MSTResumen
Este artigo investigou a constituição da identidade Sem Terra em uma das místicas realizadas pelos/as Sem Terra do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) – as místicas podem ser caracterizadas como um tipo de ritual teatral que os/as Sem Terra realizam cotidianamente nos seus acampamentos e assentamentos com o intuito de fortalecer a luta pela terra e pela transformação social no Brasil. Especificamente, analisei a mística violência no campo – realizada em um Curso de Formação na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) – procurando entender como os elementos linguístico-discursivos se relacionam com os componentes semióticos na construção identitária dos/das Sem Terra do MST. Para tanto, utilizei uma abordagem de Análise de Discurso Textualmente Orientada, Fairclough (trad, 2001, 2003), Chouliaraki & Fairclough (1999), Magalhães (2004, 2005), combinada com a proposta de Gramática do Design Visual elaborada por Kress e van Leeuwen (1996). Percebi que o discurso multimodal da mística do MST é composto por elementos discursivos (escolhas lexicais dos/as Sem Terra) e imagéticos (textos multimodais) que se imbricam dialeticamente numa relação de internalização/articulação na prática social da mística e que, através desse mesmo discurso, o referido movimento social constrói um estilo de ser Sem Terra numa relação conflitante com a identidade hegemônica dos/as Sem Terras inculcada na maioria dos brasileiros/as por meio das mídias que se posicionam contra a reforma agrária no Brasil.
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www.wikipedia.org/wiki/Escola_Nacional_Florestan_Fernandes acesso em 05 de fevereiro de 2018.
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