Traços sobre o problema do conhecimento e da linguagem no pensamento de Nicolau de Cusa
Palavras-chave:
Nicolau de Cusa, Conhecimento, Linguagem, Princípio, MáximoResumo
A compreensão e a linguagem são limitadas quando o objeto do conhecimento é o Máximo, uno e infinito. O presente artigo busca indicar os limites do conhecimento e do discurso sobre o princípio primeiro de todas as coisas. Para tanto, primeiramente, discutirá sobre o modo como Nicolau de Cusa (1401-1464) compreende o Máximo Absoluto; em um segundo momento, a partir do De docta ignorantia, analisará a relação de disproportio entre o finito e o infinito (A douta ignorância, L. I, Cap. III, n. 9) e, por fim, analisará a presença e necessidade de uma linguagem simbólica comunicante, tendo em vista a imprecisão e carência das afirmações sobre o princípio primeiro. Como admitir a possibilidade de se conhecer o infinito quando se considera a lógica da razão e ideia de disproportio? Cusano afirma que o maximum em sentido absoluto é inteligível de maneira incompreensível e, seguindo a mesma lógica, é nominável de maneira inominável. O presente artigo está dividido em dois momentos: primeiro, "Compreender de modo incompreensível o princípio primeiro" e, segundo, "Nomear de modo inominável o que se compreende de modo incompreensível". Para indicar os traços sobre o problema do conhecimento e da linguagem na especulação cusana, o trabalho em questão seguirá em linhas gerais as questões apontadas por Nicolau de Cusa no De docta ignorantia (1440) e do De non aliud (1462).
Downloads
Referências
ANDRÉ, João Maria. Sentido, simbolismo e interpretação no discurso filosófico de Nicolau de Cusa. Lisboa/PT: Ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 1997.
ANDRÉ, João Maria. Nicolau de Cusa e a força da palavra. Revista Filosófica de Coimbra – nº 29 (2006); p. 3-32.
ANDRÉ, João Maria. Introdução. In: NICOLAU DE CUSA. O Não Outro. Trad. João Maria André. Porto/PT: Ed. Imago Mundi, 2012, p. 7-50.
ANDRÉ, João Maria. Introdução. In: NICOLAU DE CUSA. A Douta Ignorância. Trad. João Maria André. Lisboa/PT: Ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 2008, p. V- XLII.
BAUCHWITZ, O. F. O inominado dos nomes como o sem-nome vindouro: Eriúgena e Nicolau de Cusa. Scintilla: Revista de Filosofia e Mística Medieval. Curitiba: Faculdade de Filosofia São Boaventura, Sociedade Brasileira de Filosofia Medieval. Vol. 3 – n°2 – jul./dez. 2006/Semestral (p. 25 – 55). Disponível em: http://www.saoboaventura.edu.br/pdf/scintillavol3n2.pdf. acesso em: 03 de Março de 2015.
CASSIRER, E. Indivíduo e cosmo na filosofia do Renascimento. Trad. Mario Eduardo Viaro. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
D"™AMICO, Claudia. Identidad en la alteridad. La doctrina de la esencia única en De docta ignorantia de Nicolás de Cusa. Scintilla. Revista de Filosofia e mística medieval. Vol. 4 – nº1 – jan./jun. 2004; p. 23-39.
GUENDELMAN, C. K. Desejo e percurso na construção do conhecimento: aspectos pedagógicos na obra de Nicolau de Cusa. Orientação Nílson José Machado. São Paulo: s.n., 2014; 216f.
GUISALBERTI, Alessandro. As raízes medievais do pensamento moderno. Trad. Sivar Hoeppner Ferreira. 2ª Ed. São Paulo: Instituto Brasileiro de Filosofia e Ciência "Raimundo Lúlio (Ramon Llull), 201.
NICHOLAS OF CUSA. On learned ignorance (De Docta Ignorantia). In. Nicholas of Cusa on learned ignorance. A Translation and an Appraisal of De docta ignorantia. Translated into English by Jasper Hopkins. Second edition, 1985. Minneapolis /USA: The Arthur J. Banning Press, 1985.
NICHOLAS OF CUSA. The layman on mind (Idiota de mente). In. Nicholas of Cusa The Layman on mind. A Translation and an Appraisal of Idiota de mente. Translated into English by Jasper Hopkins. Minneapolis/USA: The Arthur J. Banning Press, 1996.
NICOLAU DE CUSA. A Douta Ignorância. Trad. João Maria André. Lisboa/PT: Ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 2008.
NICOLAU DE CUSA. A Visão de Deus. Trad. João Maria André. Lisboa/PT: Ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 2012.
NICOLAU DE CUSA. O Não Outro. Trad. João Maria André. Porto/PT: Ed. Imago Mundi, 2012.
NICOLAI DE CUSA. De docta ignorantia. Disponível em: http://www.cusanus-portal.de/content/werke.php?id=EpistNicBonon_1. Acesso em 13 de Março de 2015, í s 15h.
NICOLAI DE CUSA. De non aliud. Disponível em: http://www.cusanus-portal.de/content/werke.php?id=EpistNicBonon_1. Acesso em 23 de Março de 2015, í s 7h.
NICOLAI DE CUSA. De beryllo. Dinponível em: http://www.cusanus-portal.de/content/werke.php?id=EpistNicBonon_1. Acesso em 13 de Março de 2015, í s 7h.
NICOLAI DE CUSA. Idiota de mente. Disponível em: http://www.cusanus-portal.de/content/werke.php?id=EpistNicBonon_1. Acesso em 10 de Março de 2015, í s 7h.
SANTO ANSELMO. Proslogion. Seguido do Livro em Favor de um insensato, de Gaunilo, e do Livro Apologético. Tradução, introdução e comentários de Costa Macedo. Porto/Portugal: Porto Editora, 1996.
TEIXEIRA NETO, José. Nexus: da relacionalidade do princípio à "metafísica do inominável" em Nicolau de Cusa. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. Programa de Pós-Graduação em Filosofia, 2012.
TEIXEIRA NETO, José. A "mística do logos" e o fundamento da filosofia da linguagem de Nicolau de Cusa. Transformação. Marília: v. 38, n. 1, 2015. p. 9-28. Disponível em: http://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/4871. Acesso em 01 de Julho de 2015, í s 10h40min.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
DECLARAÇíO DE DIREITO AUTORAL
1 Ao submeter trabalhos í revista Trilhas Filosóficas, caso este seja aprovado, o autor autoriza sua publicação sem quaisquer ônus para a revista ou para seus editores.
2 Os direitos autorais dos artigos publicados na Trilhas Filosóficas são do autor, com direitos de primeira publicação reservados para este periódico.
3 Fica resguardado ao autor o direito de republicar seu trabalho, do modo como lhe aprouver (em sites, blogs, repositórios, ou na forma de capítulos de livros), desde que em data posterior fazendo a referência í revista Trilhas Filosóficas como publicação original.
4 A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
5 Os originais não serão devolvidos aos autores.
6 As opiniões emitidas pelos autores são de sua inteira e exclusiva responsabilidade.
7 Ao submeterem seus trabalhos í Trilhas Filosóficas os autores certificam que os mesmos são de autoria própria e inéditos, ou seja, não publicados anteriormente em qualquer meio digital ou impresso.
8 A revista Trilhas Filosóficas, motivada em dar ampla divulgação das publicações, poderá replicar os trabalhos publicados nesta revista, através do link da edição de um número publicado, ou mesmo fornecendo o link de artigo específico publicado, em outros meios de comunicação como, por exemplo, redes sociais (Facebook, Academia.Edu, Scribd, etc).
9 A revista Trilhas Filosóficas adota a Política de Acesso Livre para os trabalhos publicados sendo sua publicação de acesso livre, pública e gratuita. Portanto, os autores ao submeterem seus trabalhos concordam que os mesmos são de uso gratuito sob a licença Creative Commons - Atribuição Não-comercial 4.0 Internacional.
10 O trabalho submetido poderá passar por algum software em busca de possíveis plágios para averiguar a autenticidade do material e, assim, assegurar a credibilidade das publicações da Trilhas Filosóficas e do próprio autor diante da comunidade filosófica do país e do exterior.
11 Mas, apesar disto, após aprovação e publicação do artigo, for constatando qualquer ilegalidade, fraude, ou outra atitude que coloque em dúvida a lisura da publicação, em especial a prática de plágio, o trabalho estará automaticamente rejeitado.
12 Caso o trabalho já tenha sido publicado, será imediatamente retirado da base da revista Trilhas Filosóficas, sendo proibida sua posterior citação vinculada a ela e, no número seguinte em que ocorreu a publicação, será comunicado o cancelamento da referida publicação. Em caso de deflagração do procedimento para a retratação do trabalho, os autores serão previamente informados, sendo-lhes garantidos o direito í ampla defesa.
13 Os dados pessoais fornecidos pelos autores serão utilizados exclusivamente para os serviços prestados por essa publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros.