APREENSÕES DA PAISAGEM PELOS(AS) EDUCANDOS(AS) CEGOS(AS) EM TEMPOS DE PRECARIZAÇÃO DAS EXPERIÊNCIAS ESPACIAIS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26704/pgeo.v8i1.6481

Palavras-chave:

Paisagem sonora; Educação; Experiência.

Resumo

A pandemia provocada pelo vírus SARS-COV-2 (Covid-19) suspendeu, ou mesmo reduziu, os encontros presenciais, colocando-nos a pensar sobre as experiências espaciais e, mais especificamente, sobre a mudança na paisagem sonora de uma sociedade urbana que modificou seu ritmo. Durante esse período, matérias jornalísticas começaram a ser veiculadas tratando de temas que abordavam essa nova realidade sonora. Com a reclusão de boa parte da população e a diminuição dos ruídos que compõem a paisagem das cidades, outros sons passaram a ser escutados, sobretudo os elementos que integram a natureza.  Esse cenário acentuou nosso interesse pela dimensão sonora da paisagem, já presente nas nossas experiências e práticas como professores(as) e ou pesquisadores(as) que estão atentos(as) ao ensino de pessoas cegas ou com baixa visão. Nesse sentido, o presente artigo tem o objetivo de compreender a relação dos(as) educandos(as) cegos(as) e com baixa visão com a paisagem.  Para tanto, partiremos de entrevistas abertas, desdobradas de um questionário realizado com educandos(as) do Instituto Benjamin Constant. Essa incursão evidenciou a paisagem sonora como uma centralidade na relação desses sujeitos com o espaço.

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Biografia do Autor

Bruno Mendes Mesquita, Instituto Benjamin Constant - IBC

Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (2010), pós-graduação em Dinâmicas Urbano-Ambientais e Gestão do Território pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro-FFP (2013) e mestrado pelo programa de pós-graduação em Geografia na Universidade Federal Fluminense (2017). Atualmente é professor do Ensino Básico Técnico e Tecnológico no Instituto Benjamin Constant e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense. Sua pesquisa atual versa sobre o processo de ensino e aprendizagem de Geografia para pessoas com cegas ou com baixa visão a partir dos sons que configuram as distintas Paisagens Sonoras do Brasil.

Amélia Cristina Alves Bezerra, Universidade Federal Fluminese - UFF

Professora Associada da Universidade Federal Fluminense. Licenciada em Geografia pela Universidade Federal do Ceará, Mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco e Doutorado em Geografia pela Universidade Federal Fluminense e Pós-Doutorado em Educação pela UFF. É coordenadora do Grupo de Investigações Geo(grafias) escolares, Espaço e Experiências - GERASOES - Atua na interface Geografia e Educação, com ênfase em: Formação de professores(as): concepções, práticas e experiências; Cidade, suas diferentes linguagens, representações na sala de aula; Cidade, Escola e Experiência; Ensino de Geografia e práticas inclusivas.

Jorge Luís Barbosa, Universidade Federal Fluminense - UFF

Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1980), mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1990) , doutorado em em Geografia pela Universidade de São Paulo (2002) e Pós-Doutorado em Geografia Humana pela Universidade de Barcelona - Espanha (2009). Atualmente é professor titular do Departamento e do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense. Pesquisador do CNPq . Cientista do Nosso Estado - FAPERJ. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: território, política e cultura.

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Publicado

2024-12-13

Como Citar

Mendes Mesquita, B., Cristina Alves Bezerra , A., & Luís Barbosa , J. (2024). APREENSÕES DA PAISAGEM PELOS(AS) EDUCANDOS(AS) CEGOS(AS) EM TEMPOS DE PRECARIZAÇÃO DAS EXPERIÊNCIAS ESPACIAIS. PENSAR GEOGRAFIA, 8(1), e8202406. https://doi.org/10.26704/pgeo.v8i1.6481

Edição

Seção

Dossiê - Espaço, Experiência e Formação em Geografia

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