A RELAÇÃO ESCOLA VERSUS TRABALHO DE JOVENS DURANTE O ENSINO MÉDIO NOTURNO
DOI:
https://doi.org/10.26704/pgeo.v8i1.6329Palavras-chave:
Geografia, Estágio de docência, Ensino Médio Noturno, Estudante-trabalhador, Precarização do ensinoResumo
O presente estudo tem por objetivo analisar o significado que a escola apresenta na vida dos estudantes-trabalhadores do Ensino Médio Noturno, concomitante a um período de reformas educacionais que colocam em precariedade esta etapa de formação da educação básica. Para tal, compartilha-se relatos de experiências vividas durante o período de “Estágio Curricular Supervisionado: Prática de Ensino em Geografia IV”, componente curricular obrigatório do Curso de Graduação de Geografia – licenciatura, da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó. O estágio de docência foi realizado com uma turma do primeiro ano do Ensino Médio, no período noturno, em uma instituição pública de ensino, localizada na área urbana do município de Chapecó (SC). Como metodologia do estudo foram realizadas observações em sala de aula e aplicado um questionário com os vinte e dois estudantes, sendo guiados pelo método de análise do paradigma indiciário, proposto pelo historiador italiano Carlo Ginzburg. Através dos resultados, indaga-se sobre o território da escola e o mundo do trabalho na vida dos jovens durante o Ensino Médio, auferindo que o avanço do neoliberalismo, atrelado às exigências do mundo capitalista, tem precarizado as condições de ensino-aprendizagem e dedicação aos estudos dos estudantes-trabalhadores, sobretudo aqueles do Ensino Médio Noturno.
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