Discurso e HIV/Aids: uma análise de manchetes das revistas brasileiras Veja e Galileu sob a perspectiva arqueogenealógica de Michel Foucault
DOI:
https://doi.org/10.22297/2316-17952022v11e02210Palavras-chave:
Pandemia de Aids, Imprensa brasileira, Método arqueogenealógicoResumo
Este artigo analisa discursos a respeito da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) na imprensa brasileira, a partir do método arqueogenealógico de Michel Foucault. A pandemia, causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), começou no início dos anos de 1980 e segue até a atualidade. O material de análise é composto por duas manchetes publicadas em décadas diferentes, a primeira da revista Veja (edição nº 1.077, de 26 de abril de 1989) e a segunda da revista Galileu (edição nº 313, de agosto de 2017). Para compreendê-las a partir da ótica discursivo-foucaultiana, o percurso teórico-analítico enfoca as regras de formação do objeto, das modalidades enunciativas e dos conceitos, abordando os entrelaçamentos das noções de enunciado, discurso, formação discursiva, a priori histórico e arquivo. Como resultado, observa-se que as manchetes trazem discursos derivados da medicina, do direito e da religião, reforçando a ligação entre a enfermidade e o grupo de homens que fazem sexo com outros homens.
Downloads
Referências
ALTMAN, L. K. Rare cancer seen in 41 homosexuals. The New York Times, Nova York, 3 jul. 1981. Disponível em: https://www.nytimes.com/1981/07/03/us/rare-cancer-seen-in-41-homosexuals.html. Acesso em: 6 maio 2022.
CONNIFF, J.; EVENSEN, A. Preexposure Prophylaxis (PrEP) for HIV prevention: the primary care perspective. Journal of the American Board of Family Medicine, v. 29, n. 1, p. 143-151, jan.-fev. 2016.
DANIEL, H. O primeiro AZT a gente nunca esquece. In: DANIEL, H.; PARKER, R. (org.). AIDS, a terceira epidemia: ensaios e tentativas. São Paulo: Iglu, 1991. p. 124-127.
ESTATÍSTICAS. Unaids, 2021. Disponível em: https://unaids.org.br/estatisticas. Acesso em: 7 maio 2022.
FEDERAÇÃO NACIONAL DOS JORNALISTAS. Código de ética dos jornalistas brasileiros. Fenaj, Vitória, 4 ago. 2007. Disponível em: https://fenaj.org.br/wp-content/uploads/2014/06/04-codigo_de_etica_dos_jornalistas_brasileiros.pdf. Acesso em: 6 maio 2022.
FERRARI SOARES, A. S. A homossexualidade e a AIDS no imaginário de revistas semanais (1985-1990). São Carlos: Pedro & João Editores, 2019.
FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2017.
FRANCE, D. How to survive a plague: the story of how activists and scientists tamed Aids. Londres: Picador, 2017.
GALILEU. São Paulo: Editora Globo, n. 313, ago. 2017.
GUIBERT, H. Para o amigo que não me salvou a vida. Rio de Janeiro: José Olympio, 1995.
JARDIM, E. A doença e o tempo: aids, uma história de todos nós. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019.
JEOLÁS, L. S. Risco e prazer: os jovens e o imaginário da aids. Londrina: Eduel, 2007.
LIMA, C. de C. Cazuza: exagerado. Superinteressante, São Paulo, 31 out. 2016. Disponível em: https://super.abril.com.br/cultura/cazuza-exagerado. Acesso em: 6 maio 2022.
PAZ, J. Aids anunciada: a publicidade e o sexo seguro. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2007.
SANCHES, H. O. Dispositivo de sexualidade, sujeito e a Aids no Brasil de 1980: um estudo discursivo. Saarbrücken: Novas Edições Acadêmicas, 2016.
SOARES, M. A Aids. São Paulo: Publifolha, 2001.
TIMERMAN, A.; MAGALHÃES, N. Histórias da AIDS. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.
UNAIDS. Guia de terminologia do Unaids. Brasília: Unaids, 2017.
VEJA. São Paulo: Editora Abril, n. 1.077, 26 abr. 1989.
“VEJA” revolta Cazuza e seus amigos. O Estado de S.Paulo, São Paulo, 26 abr. 1989. Caderno 2, p. 3.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Diálogo das Letras
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Diálogo das Letras não se responsabiliza por conceitos e opiniões emitidos pelos autores, tampouco manifesta, necessariamente, concordância com posições assumidas nos textos publicados. Além disso, os dados e a exatidão das referências citadas no trabalho são de inteira responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem seus trabalhos, os autores concordam que os direitos autorais referentes a cada texto estão sendo cedidos para a revista Diálogo das Letras; ainda concordam que assumem as responsabilidades legais relativas às informações emitidas.