“Eu já fui julgado três vezes pelo povo brasileiro”: Lula e as representações discursivas de si no interrogatório do triplex
DOI:
https://doi.org/10.22297/2316-17952022v11e02225Palavras-chave:
Análise Textual dos Discursos, Representação discursiva, LulaResumo
No presente artigo, objetivamos analisar as representações discursivas de si, enquanto julgado, construídas pelo ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, no interrogatório do caso triplex. O ex-presidente Lula foi acusado pelo Ministério Público Federal de ser proprietário de um apartamento do tipo triplex, adquirido por meio de um suposto esquema de corrupção. Ao longo do processo, o ex-presidente teve a oportunidade de apresentar a sua defesa perante o então juiz federal Sérgio Moro, argumentando em favor da sua inocência e esclarecendo os fatos que embasavam a denúncia. Adotamos como perspectiva teórica a Linguística Textual (LT), com foco na Análise Textual dos Discursos (ATD), com ênfase na categoria semântica da Representação discursiva (Rd). Para isso, respaldamo-nos em Adam (2011), Rodrigues et al. (2010), Rodrigues et al. (2012), Queiroz (2013), entre outros. Como metodologia, empregamos o método dedutivo e a abordagem qualitativa de cunho descritivo e interpretativo, o que possibilitou descrever e interpretar os dados presentes no corpus, buscando compreender os sentidos construídos no co(n)texto. A Rd de julgado foi analisada por meio das categorias semânticas da referenciação, da predicação e da modificação. Em nossos resultados, foi possível constatar que, no interrogatório, o ex-presidente constrói uma Rd de si, enquanto julgado pela justiça por meio do processo penal e julgado pelo povo por meio do processo político eleitoral.
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Referências
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