A escrita do pesquisador, tecituras filosóficas e cientí­ficas: entre devires e devaneios

Autores

  • Cristiane Ramos Abud Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
  • Gladys Mary G. Teive Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Palavras-chave:

Escrita, linguagem, Pesquisa

Resumo

Este texto é um convite a pesquisadores, filósofos, escritores, leitores, para dar pistas de que é possí­vel traçar outros olhares sob os objetos de pesquisa, tecendo análises, experimentações, aproximações interdisciplinares, para que se formulem outras interrogações, seja inventando, brincando, com diferentes modos de análise da linguagem e suas investigações. Com o auxí­lio do personagem Zaratustra de Nietszche que percorre o texto, pretende-se ressignificar o conceito de linguagem como potência criadora da escrita, constituí­da nas relações de poder históricas e transitórias. Sugerindo, ainda, a bricolagem (KINCHELOE, 2007) como campo de estudo, onde a interdisciplinaridade seria a peça de tecido, recortada em inúmeros pedaços, e a pesquisa seria a costura, as redes formadas pelos retalhos, resultando numa colcha que nunca será novamente o mesmo tecido de outrora; ou seja, sempre abrindo novos caminhos para a investigação e a interpretação. Uma das tarefas essenciais do pesquisador é a de abrir caminhos, modificar e alterar as estruturas e hierarquias que regem a produção dos conhecimentos cientí­ficos dados como limí­trofes e inquestionáveis.

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Referências

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Publicado

2014-12-05

Como Citar

ABUD, C. R. .; TEIVE, G. M. G. . A escrita do pesquisador, tecituras filosóficas e cientí­ficas: entre devires e devaneios. Diálogo das Letras, [S. l.], v. 3, n. 2, p. 59–72, 2014. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/1362. Acesso em: 5 nov. 2024.

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