Selfie: a relação entre a técnica e a prática discursiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22297/2316-17952022v11e02211

Palavras-chave:

Discurso. Informática. Linguagem.

Resumo

O presente artigo filia-se ao campo de conhecimentos da Análise de Discurso, numa perspectiva sustentada no tripé Linguística, Materialismo Histórico e Psicanálise; e toma, como lugar de observação e análise, o âmbito da informática. Na discussão que se apresenta, partimos da premissa de que as injunções técnicas, sob a ideologia da comunicação, atrelada à de consumo, têm promovido efeitos em estudos e práticas de linguagens, como a selfie, por exemplo, e sua postagem/circulação nas redes sociais, enquanto modo de significação do sujeito contemporâneo no espaço virtual. Além disso, verificamos que, de maneira concomitante, o contexto sócio-histórico, relacionado às condições econômicas, também interfere nos estudos da linguagem e se encontra presente na base de algumas teorias linguísticas. Desse modo, compreende-se que o discurso digital ressignificou o funcionamento da língua(gem), tanto no âmbito dos estudos da língua, considerando o contexto do século XX na linguística, quanto na produção e circulação de imagens, como o surgimento da selfie e sua relação com o autorretrato.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maraline Aparecida Soares, Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)

Doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Linguística (PPGL) da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT).

Silvia Regina Nunes , Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)

Doutora em Linguística pela UNICAMP, realizou estágio de pós-doutoramento junto ao Programa Linguagens e Representações vinculado à Universidade Estadual de Santa Cruz - Ilhéus - BA. Professora Adjunta da Educação Superior da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT, atua no Curso de Licenciatura em Letras e no Programa de Pós-Graduação em Linguística, produzindo pesquisas em Análise de Discurso, Discurso Digital e História das Ideias Linguísticas. É membro do CEPEL - Centro de Estudos e Pesquisas em Linguagem e é líder do Grupo de Pesquisa DISMIDAS - Discurso e Mídias Sociais (CNPq). Atualmente coordena o Programa de Pós-Graduação em Linguística da UNEMAT.

Referências

ALTHUSSER, L. Aparelhos Ideológicos de Estado. Tradução de Valter José Evangelista e Maria Laura Viveiros de Castro. 6. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1992.

BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Tradução de Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

CÂMARA JR., M. Do tradutor para o leitor. In. SAPIR, E. (org.). Linguística como ciência. Tradução de Mattoso Câmara Jr. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica, 1961. p. 7-14.

COSTA, G. C. da. A palavra do ano é uma imagem. Revista Fragmentum, n. 48, p. 89-103, jul./dez. 2016.

DIAS, C. P. Movimento da cibernética, saberes linguísticos e constituição do sujeito. In: FERREIRA, A. C. F. & MARTINS, R. T. (org.). Linguagem e Tecnologia. Campinas, SP: Editora RG, 2012. p. 11-23.

DIAS, C. P. Linguagem e tecnologia: uma relação de sentidos. In: PETRI, V. & DIAS, C. (org.). Análise do discurso em perspectiva: teoria, método e análise. Santa Maria: Ed. da UFSM, 2013. p. 49-62.

DUNKER, C. O que é Narcisismo? Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Y3XUo4bDgCg> Acesso em: 10 fev. 2017.

LAFONTAINE, C. O império cibernético: das máquinas de pensar ao pensamento máquina. Tradução de Pedro Filipe Henriques. Lisboa: Instituto Piaget, 2004.

MAGALHÃES, B.; MARIANI, B. Processos de subjetivação e identificação: ideologia e inconsciente. Revista Linguagem em (Dis)curso, v. 10, n. 2, p. 391-408, maio/ago. 2010.

MARX, K. O Capital. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

NUNES, S.R. Metáfora e espetáculo no discurso de divulgação científica da mídia. 2005. 105 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2005.

NUNES, S.R. A geometrização do dizer no discurso do infográfico. 2012. 197 f. Tese (Doutorado em Linguística) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2012.

ORLANDI, E.P. Análise do discurso: princípios e procedimentos. 8. ed. São Paulo: Pontes, 2009.

ORLANDI, E.P. Discurso em análise: sujeito, sentido, ideologia. 2. ed. Campinas-SP: Pontes, 2012.

PÊCHEUX, M. Sobre a (des-)construção das teorias linguísticas. In: GUIMARÃES, E. & ORLANDI, E. P. (org.). Línguas e instrumentos linguísticos. Tradução de Celene M. Cruz e Clémence Joüe-Pastré. Campinas: Pontes, 1998. p. 7-32.

PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Tradução de Eni Puccinelli Orlandi et al. 5. ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2014.

PÊCHEUX, M. Metáfora e Interdiscurso. In: ORLANDI. E. P. (org.). Análise de Discurso: textos escolhidos. Tradução de Eni Puccinelli Orlandi. 4. ed. Campinas, SP: Pontes Editores, 2015. p. 151- 161.

PEQUENO, V. Nos subsolos de uma rede: sobre o ideológico no âmago do técnico. 2015. 102 f. Dissertação (Mestrado em divulgação científica e cultural) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2015.

PEREIRA, B. F. A cibernética como discurso fundador da discursividade digital. Revista Dissol, n. 3, p. 51-62, 2016.

SCHONS, C. R. Sociedade, corpo e relação subjetiva. Acta Scientiarum: Language and Culture, v. 37, n. 2, p. 181-188, 2015.

SIMÕES, A. O que é o Narcisismo? Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=0NZnqrkAjh8> Acesso em: 1 jul. 2017.

SIMÕES, A. O estádio do espelho. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=jXIbm4agHgM> Acesso em: 5 jul. 2017.

ZIZEK, S. Como Marx inventou o sintoma. In: ZIZEK, S. (org.). Um mapa da ideologia. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996. p. 297 – 331.

Downloads

Publicado

2022-11-03

Como Citar

SOARES, M. A.; NUNES , S. R. Selfie: a relação entre a técnica e a prática discursiva. Diálogo das Letras, [S. l.], v. 11, p. e02211, 2022. DOI: 10.22297/2316-17952022v11e02211. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/4037. Acesso em: 4 dez. 2024.