Base nacional comum curricular: um dizer sobre língua portuguesa na etapa do ensino médio
DOI:
https://doi.org/10.22297/2316-17952023v12e02331Palavras-chave:
Análise de Discurso Materialista, BNCC, Ensino médio, Língua portuguesaResumo
Entre 2018 e 2019, foi aprovada a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), prevista para entrar em vigor no ano de 2022. A despeito dos avanços voltados para todos os níveis de ensino, não se pode negar as diversas contradições que permearam a elaboração desse documento, bem como suas implicações, tal qual a proposta do Novo Ensino Médio pautada pela Lei 13.415/17. Baseado nisso, este artigo tem o objetivo de analisar a construção de sentidos que se processam em relação ao ensino de língua portuguesa na BNCC, especificamente na etapa do Ensino Médio. Para tanto, recorreu-se aos pressupostos teórico-metodológicos da Análise de Discurso materialista, ancoradas em autores como Orlandi (2017; 2020), Pêcheux (2014a; 2014b) e Maldidier (2003). O arquivo de análise abrange o recorte de treze sequências discursivas retiradas da seção do Ensino Médio, no Capítulo 5.1.2. Língua Portuguesa, em cujo bojo são trazidos sentidos próprios ao ensino de língua. Em análises, observou-se, sobretudo, que os sentidos de língua tomam como noção a perspectiva enunciativo-discursiva, de modo a considerar o ensino através dos campos de atuação social e a demanda das transformações linguísticas contemporâneas.
Downloads
Referências
ARAÚJO, G. P. Revolução e contrarrevolução ou o potencial transformador e o desfecho frustrado do processo de redemocratização no Brasil (1974-1989). REBELA: Revista Brasileira de Estudos Latino-Americanos, Florianópolis, v. 4, n. 2, maio/ago. 2014. p. 274-349.
BRASIL. Constituição Federal de 1988 (atualizada). 1988. Disponível em: https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/legislacaoConstituicao/anexo/CF.pdf. Acesso em: 10 abril.2021.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 02 mar.2021.
BRASIL. Medida provisória nº 746, de 22 de setembro de 2016. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 22 set. 2016. Seção 1 - Edição extra. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/medpro/2016/medidaprovisoria-746-22-setembro-2016-783654-publicacaooriginal-151123-pe.html. Acesso em: 22. jul. 2022.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. Disponível em: www.basenacionalcomum.mec.gov.br. Acesso em: 02.fev.2021
CONEIN, B.; COURTINE, J.; GADET, F.; MARANDIN, J.; PÊCHEUX, M. Materialidades Discursivas. Campinas, SP: UNICAMP, 2016.
G1. Pelo menos 21 estados e o DF têm escolas e institutos ocupados por estudantes. 2016. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/pelo-menos-21-estados-tem-escolas-e-institutos-ocupados-por-estudantes.ghtml. Acesso em: 22. jul. 2022.
GRUPO NOVA LONDRES. Uma Pedagogia dos Multiletramentos: projetando futuro sociais. Revista Linguagem em Foco, v. 13, n. 2, p. 101–145, 2021.
IASI, M.; FIGUEIREDO, I. M.; NEVES, V. (org.). A Estratégia democrático-popular: um inventário crítico. Marília, SP: Lutas Anticapital, 2019.
KLEIMAN, A. B. Preciso “ensinar” o letramento? Não basta ensinar a ler e escrever? Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2005.
LOPES, M. Folha de s. Paulo: da produção de sentidos acerca da guerra do Iraque. 2009. 227f. Dissertação (Mestre em Linguística) - UNICAMP - Instituto de Estudos da Linguagem, Campinas-SP, 2009.
MALDIDIER, D. A Inquietação do Discurso: (re)ler Michel Pêcheux Hoje. Campinas-SP: Pontes, 2003.
MAGALHÃES, A. Quando o “discurso do sujeito” não instala o sujeito do discurso: desafios para a implementação da BNCC de língua vernácula no ensino médio. Diálogo das Letras, Pau dos Ferros, v. 11, p. 1-20, 2022.
MARINI, R. M. Brasil: da ditadura à democracia, 1964-1990. 1991. Disponível em http://www.marini-escritos.unam.mx/033_brasil_ditadura_port.htm. Acesso em: 10 dez. 2019.
ORLANDI, E. P. Língua e conhecimento linguístico: para uma história das ideias no Brasil. 2. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2013.
ORLANDI, E. P. Discurso em Análise: Sujeito, sentido, ideologia. 3. ed. Campinas, SP: Pontes, 2017.
ORLANDI, E. P. Análise de Discurso: Princípios e procedimentos. 13. ed. Campinas, SP: Pontes, 2020.
PÊCHEUX, M. Sobre os contextos epistemológicos da Análise de Discurso. In: ORLANDI, E. P. Análise de Discurso: Michel Pêcheux. Textos selecionados: Eni Puccinelli Orlandi. 2.ed. Campinas, SP: Pontes Editores, 2011.
PÊCHEUX, M. Análise Automática do Discurso (AAD-69). In: GADET, Françoise; HAK, Tony (org.). Por uma análise automática do discurso: Uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2014a [1969]. p. 59-158.
PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Tradução de Eni P. Orlandi. 5. ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2014b [1975].
PÊCHEUX, M. O Discurso: Estrutura ou acontecimento. Tradução de Eni P. Orlandi et al. 7. ed. Campinas, SP: Pontes, 2015 [1983].
SANTOS, G. dos S. Vozes que constituem o discurso da igualdade educacional na base nacional comum curricular brasileira. 2019. 113f. Dissertação (Pós-graduação em educação). Universidade Federal da Fronteira Sul, Santa Catarina, 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Diálogo das Letras
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Diálogo das Letras não se responsabiliza por conceitos e opiniões emitidos pelos autores, tampouco manifesta, necessariamente, concordância com posições assumidas nos textos publicados. Além disso, os dados e a exatidão das referências citadas no trabalho são de inteira responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem seus trabalhos, os autores concordam que os direitos autorais referentes a cada texto estão sendo cedidos para a revista Diálogo das Letras; ainda concordam que assumem as responsabilidades legais relativas às informações emitidas.