Ethos e antiethos do professor do Ensino Básico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22297/2316-17952023v12e02316

Palavras-chave:

Ethos, Antiethos, Professor do Ensino Básico

Resumo

Este artigo analisa a construção do ethos e antiethos discursivos do profissional docente, mais especificamente focaliza a maneira pela qual os discursos sobre “ser professor” produzem sentidos para a construção ou desconstrução identitária docente, em particular, de professores do ensino básico brasileiro. A construção do corpus de análise orientou-se em reunir textos, tomados como discurso, que enunciam sobre a profissão docente, discursos dos quais emergem um ethos e antiethos do professor brasileiro. Como aparato teórico-metodológico interdisciplinar, fundamenta-se nas discussões advindas da Linguística e da Educação sobre identidade e formação de professores; também mobiliza o conceito de ethos e antiethos desenhados pela Análise do Discurso de linha francesa. Os resultados revelam que nos discursos analisados a construção do ethos do professor de educação, quando aparece desvinculada do processo educacional, ou seja, em discursos em circulação na mídia, engendra um antiethos, construindo tensões relevantes entre discursos midiáticos e discursos vinculados no interior do processo educacional, evidenciando-se, assim, o que chamamos de (des)construção identitária.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Anderson Ferreira, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Doutor, mestre e especialista em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo-PUC-SP, com estágio sanduíche pela Universidade do Minho - UMinho-ILCH, Portugal, com bolsa CAPES/PDSE. Bacharel e Licenciado em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo, Unifesp, e Licenciado em Letras Português-Literatura pela Universidade Guarulhos, UNG. Professor de Língua Portuguesa e Literatura no Ensino Básico nas redes particular e públicas de São Paulo, de 2004 a 2019. 

Izilda Maria Nardocci, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP)

Pós-doutorado, doutorado e mestrado em língua portuguesa pela PUC-SP; Especialização em tecnologias aplicadas à educação pela PUC/SP; Letras pela Faculdade de Educação São Luís- Jaboticabal/SP e Pedagogia pela Faculdade de Educação "Antonio Augusto Reis Neves" - Barretos/SP. Professora do departamento de português da PUC-SP e professora convidada da Escola Superior do Ministério Público de São Paulo para atuar na gestão e planejamento pedagógico de cursos on-line a distância.

Camila Martins Pereira, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Mestra em Letras pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP - Campus Guarulhos, na linha de pesquisa de Estudos Linguísticos. Graduada em Letras, nas habilitações de Língua Portuguesa e Espanhol, pela Universidade Metodista de São Paulo. Especialista em Linguística e Ensino de Línguas pela Universidade Estácio de Ribeirão Preto. Atualmente, atua como professora de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental - Anos finais na rede Municipal de São José dos Campos (SP).

Referências

CARVALHO, R. S.; FERRAREZI JR, C. Oralidade na educação básica: o que saber, como ensinar. São Paulo: Parábola, 2018.

DUARTE, N. O debate contemporâneo das teorias pedagógicas. In: MARTINS, M. L.; DUARTE, N. (org.). Formação de professores: limites contemporâneos e alternativas necessárias. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. p. 33-49.

DUARTE, N. Vigotski e o “aprender a aprender”: crítica às apropriações neoliberais e pós-modernas da teoria vigotskiana. 5. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2012.

FERREIRA, A. Discurso de formação de professor: tensões e valores na produção de sentidos. 2014. 168 f. Dissertação (Mestrado em Língua Portuguesa) – Programa de Estudos Pós-Graduados em Língua Portuguesa, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2014.

FREIRE, P. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Editora Olho d´Água, 1997.

KLEIMAN, A. B. Letramento e formação do professor: quais as práticas e exigências no local de trabalho? In: KLEIMAN, A. B. (org.). A formação do professor: perspectivas da Linguística Aplicada. Campinas: Mercado de Letras, 2001. p. 39-68.

KLEIMAN, A. B. Os estudos de letramento e a formação do professor de língua materna. Linguagem em (Dis)curso – LemD, v. 8, n. 3, p. 487-517, set./dez. 2008.

LIBÂNEO, J. C. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. 20. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2005.

LOURO, G.L. Mulheres na sala de aula. In: DEL PRIORE, M. (org.) História das mulheres no Brasil. 5 ed. São Paulo: Contexto, 2001. p. 443-491.

MAINGUENEAU, D. Cenas da enunciação. Organização de Sírio Possenti e Maria Cecília Perez Souza-e-Silva. São Paulo: Parábola, 2008a.

MAINGUENEAU, D. A propósito do ethos. In: MOTTA, A. R.; SALGADO, L. (org.). Ethos discursivo. São Paulo: Contexto, 2008b. p. 11-29.

MAINGUENEAU, D. Doze conceitos em análise do discurso. Organização de Sírio Possenti e Maria Cecília Perez Souza-e-Silva. São Paulo: Parábola, 2010.

MAINGUENEAU, D. Ethos, cenografia, incorporação. In: AMOSSY, R. (org.). Imagens de si no discurso: a construção do ethos. São Paulo: Contexto, 2011. p. 9-28.

MAINGUENEAU, D. Análise de textos de comunicação. Tradução Maria Cecília Perez Souza-e-Silva e Décio Rocha. 6. ed. ampl. São Paulo: Cortez, 2013.

MAINGUENEAU, D. Discurso e análise do discurso. Tradução Sírio Possenti. São Paulo: Parábola, 2015.

MAINGUENEAU, D. Retorno crítico sobre o ethos. In: BARONAS, R.L.; MESTI, P. C.; CARREON, R. O. (org.). Análise do Discurso: entorno da problemática do ethos, do político e de discursos constituintes. Campinas, SP: Pontes, 2016. p. 18-33.

MAINGUENEAU, D. Variações sobre o ethos. Tradução de Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola, 2020.

MARTINS, L. M. O legado do século XX para a formação de professores. In: MARTINS, M. L.; DUARTE, N. (org.) Formação de Professores: limites contemporâneos e alternativas necessárias. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. p. 13-31.

MOITA-LOPES, L. P. (org.) Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.

NARDOCCI, I. M. O gênero fórum educacional digital e o ethos discursivo dos sujeitos em práticas interacionais. 2010. 280 f. Tese (Doutorado em Língua Portuguesa) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2010.

PACIEVITCH, T.; MOTIN, G.; MESQUIDA, P. O mercado da pedagogia e a pedagogia de mercado: reflexos do neoliberalismo sobre a educação. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – PUC-PR, 2008, Curitiba. Anais do VIII EDUCARE... Curitiba, 2008. p. 4607-4618.

PEREIRA, C. M. A constituição do ethos discursivo de Jair Messias Bolsonaro em três pronunciamentos oficiais sobre a Educação. 2023. f. 135. Dissertação (Mestrado em Letras) Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2023.

PIMENTA, S.G. Formação de professores: identidade e saberes da docência. In: PIMENTA, S. G. (org.). Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez Editora, 1999. p. 15 a 34.

SANTOS, M. S & MESQUIDA, P. As matilhas de Hobbes: o modelo da pedagogia por competência. São Paulo: Edumesp, 2007.

Downloads

Publicado

2023-07-28

Como Citar

FERREIRA, A.; NARDOCCI, I. M.; PEREIRA, C. M. Ethos e antiethos do professor do Ensino Básico. Diálogo das Letras, [S. l.], v. 12, p. e02316, 2023. DOI: 10.22297/2316-17952023v12e02316. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/5109. Acesso em: 7 jul. 2024.