Relações de poder e modos de subjetivação: uma análise discursiva da Lei Maria da Penha
Palavras-chave:
Poder-sabe, Subjetivação, Lei Maria da PenhaResumo
Não podemos negar que existem relações de poder que envolvem os indivíduos em sua prática cotidiana, relações essas materializadas nas mais diversas práticas discursivas. Assim, o presente trabalho tem como objetivo analisar as relações de saber-poder e os modos de subjetivação do sujeito mulher na Lei Maria da Penha. Nesse trajeto, buscamos realizar a análise da construção dos efeitos de sentidos que marcam o posicionamento dos sujeitos ao longo do discurso jurídico. Como base teórica, utilizamo-nos do suporte teórico-metodológico da Análise do Discurso de vertente francesa, embasada principalmente nas contribuições de Michel Pêcheux e Michel Foucault. Os resultados de nossa análise indicam que, no discurso da Lei Maria da Penha, opera uma discursividade na qual são constituídos modos de subjetivação sobre o sujeito mulher, por meio do efeito de sentido de frágil e submissa.
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