O significado simbólico das habilidades letradas na EJA: da escolarização ao social

Auteurs

  • Diego Borges de Carvalho Universidade de Brasí­lia (UnB)
  • Rosineide Magalhães de Sousa Universidade de Brasí­lia (UnB)

Mots-clés :

Letramento, EJA, Pesquisa Etnográfica, Capital Simbólico

Résumé

O objetivo deste trabalho foi levantar reflexões acerca de práticas de letramento em sala de aula, a partir do ensino de lí­ngua portuguesa na Educação de Jovens e Adultos (EJA), lançando o foco no estudante. Por meio de orientação etnográfica, dentro do que nos propõe a pesquisa qualitativa, utilizamos como recursos metodológicos para a geração de dados a observação participante e a entrevista semiestruturada. Apoiamo-nos, teoricamente, nos estudos mais recentes do Letramento como Prática Social e em concepções teóricas postuladas por Bourdieu. A partir dos dados, foi possí­vel constatar a importância, o significado simbólico e o valor que os colaboradores atribuem í s habilidades letradas, desenvolvidas a partir do processo de escolarização. Para alguns, os conhecimentos produzidos na escola servem para atender a necessidades mais subjetivas e pontuais, como auxiliar os netos em atividades escolares. Para outros, esses conhecimentos são oportunidades de transformar as suas realidades e representam ações de natureza mais social, como por exemplo ascender economicamente a partir da continuidade aos estudos.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

ANDRÉ, M. E. D. A. Etnografia da prática escolar. Campinas, SP: Papirus, 2005.

BARTON, D. Literacy – an introduction to the ecology of written language. Cambridge/USA: Brackwell, 1994.

BONAMINO, A.; ALVES. F.; FRANCO, C. Os efeitos das diferentes formas de capital no desempenho escolar: um estudo í luz de Bourdieu e Coleman. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 15 n. 45, p. 486-595, set./dez. 2010.

BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em lí­ngua materna: a sociolinguí­stica na sala de aula. São Paulo: Parábola, 2004.

BOURDIEU, P. O poder simbólico. 8. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.

BOURDIEU, P. Razões práticas: sobre a teoria da ação. 8. ed. Campinas: Papirus Editora, 2007.

BOURDIEU, P. Escritos de Educação. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999. pp. 71-79.

GARCEZ, P. M.; BULLA, G. S.; LODER, L. L. Microethnographic research practices: generating, segmenting and transcribing audiovisual data as full-fledged analytic procedures. DELTA, São Paulo, v. 30, n. 2, p. 257-288, dez. 2014. Disponí­vel em:http://www.scielo.br/pdf/delta/v30n2/0102-4450-delta-30-02-0257.pdf . Acesso em: 07 mar. 2017.

HYMES, D. Sobre Competência Comunicativa. Tradução: Marilda Macedo Souto Franco; Maria Eugênia Ferreira e Bruna Lourenção Zocaratto. Revista Desempenho, Brasí­lia, v. 1, n. 11, p. 74-104, out. 2015 [1972].

KERSCH, D. F.; SILVA, M. O. Meu modo de falar mudou bastante, as pessoas notaram a diferença em mim: quando o letramento é desenvolvido fora do contexto escolar. Trab. linguist. Apl, Campinas, v. 51 n. 2, jul./dez. 2012.

KLEIMAN, A. B. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. In: KLEIMAN, Â. B. (Org). Os significados do letramento. Campinas: Mercado de Letras, 2001, p. 15-61.

MACHADO, V. R. Práticas escolares de leitura: relação entre a concepção de leitura do PISA e as práticas da escola. 2010. 341f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de Brasí­lia, Brasí­lia, 2010.

REIS, S. M. A. O.; EITERER, C. L. Educação de Jovens e Adultos, para que te quero?Marcas das práticas educativas de regulação e emancipação nos sujeitos da EJA. 2012. Disponí­vel em: www.infoteca.br/endipe. Acesso em: 15 jan. 2017.

RIOS, G. V. Considerações sobre letramento, escolarização e avaliação educacional. In: RESENDE. V. M.; PEREIRA, F. H. (Orgs.). Práticas socioculturais e discurso: debates transdisciplinares. LabCom. 2010, p.77-107.

ROJO, R. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola, 2016.

SCHWANDT, T. As três posturas epistemológicas para a investigação qualitativa: interpretativismo, hermenêutica e construcionismo social. In: DEZIN, N. K. (Org.). O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. Porto Alegre: Artmed: 2006, p. 193-217.

SOCHA, E. Pequeno glossário da teoria de Bourdieu. Disponí­vel em:<http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/pequeno-glossario-da-teoria-de-bourdieu/> . Acesso em: 18 out. 2016.

STREET, B. V. Letramentos sociais: abordagens crí­ticas do letramento no desenvolvimento, na etnografia e na educação. Tradução: BAGNO, M. São Paulo: Parábola, 2014.

STREET, B. V. Perspectivas interculturais sobre o letramento. Revista Filologia e Lingüí­stica Portuguesa, São Paulo, n. 8, p. 465-488, 2006.

STREET, B. V. Eventos de letramento e práticas de letramento: teoria e prática nos novos estudos do letramento. In: MAGALHíES, I. (Org.). Discursos e práticas de letramento: pesquisa etnográfica e formação de professores. Campinas: Mercado de Letras, 2012, p. 69-92.

TERZI, S. B. A construção do currí­culo nos cursos de letramento de jovens e adultos e adultos não escolarizados. Disponí­vel em: <http://www.cereja.org.br/arquivos_upload/sylviaterzi.pdf > . Acesso em: 10 set. 2017.

Téléchargements

Publiée

2019-12-20

Comment citer

CARVALHO, D. B. de; SOUSA, R. M. de . O significado simbólico das habilidades letradas na EJA: da escolarização ao social. Diálogo das Letras, [S. l.], v. 8, n. 3, p. 120–139, 2019. Disponível em: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/DDL/article/view/524. Acesso em: 20 sept. 2024.