Glub! Estória de um espanto: entre a crítica textual e a nova retórica
Palavras-chave:
Texto teatral, Crítica Textual, Nova RetóricaResumo
Propõe-se, neste artigo, uma leitura filológica e retórica do texto teatral censurado Glub! Estória de um espanto, de Nivalda Costa, produzido no período da ditadura militar (1964-1985), na Bahia. Nesse sentido, conforme orientação teórico-metodológica da Crítica Textual e da Nova Retórica, buscou-se desenvolver uma análise do auditório e das condições de argumentação, após realização de edição do texto. A dramaturga baiana, artista engajada com questões sociopolíticas e estéticas, criou sua produção teatral a partir do conhecimento que tinha de seu auditório heterogêneo, buscando persuadir os censores a fim de se comunicar com o público. Nessa perspectiva, justifica-se a realização deste trabalho, sobretudo, pela necessidade de preservação e transmissão da memória cultural escrita do povo baiano.Downloads
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